Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

domingo, 20 de dezembro de 2009

MÁGICO SEM DOROTHY



MÁGICO SEM DOROTHY

Eu não sabia que você me faria tanta falta
Acho que porque estava sempre ao meu lado
Eu não sabia o quanto era importante
Ouvir suas palavras

Um dia em que estávamos muito sozinhos
Eu ouvir você falar que iria partir
Mas que sabia que eu não seria feliz plenamente
Porque eu não sabia esperar as horas passarem

Lembro as suas lágrimas quando falei que seria preso
Pelas árvores da imaginação
Que nos levam onde não sabemos como sorrir
Depois de tempos de vôo

Hoje eu sei o que você queria dizer
Quando me pediu para esperar que você partisse
Para eu sonhar com o meu caminho para o mundo de Oz
Aonde a felicidade iria me esperar entre desilusões

Que a vida escreveu nas sombras dos espelhos
Que reflete a imagem distorcida de nosso amor
Ilustrando nosso coração com palhas e lata
Mas que no fundo só quer encontrar um amor que nos faça feliz

domingo, 13 de dezembro de 2009

VENTOS NA PRIMAVERA



Olhei através
Da cerca de arame
E vi que no seu quintal
Brilha o sol
Que brilha no meu quintal

Um sol de igualdade
Apesar dos ventos
Apesar da sorte
Em saber amar
Através do olhar

Espero colher frutas
E repartir
Sentir as flores
E sorrir
No meu lado da terra

Espero colher na primavera
A semente que plantei
Através do olhar no arame
E sentir que o sol é o mesmo
Se o inverno passar

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

FOLHA MORTA





Meu quarto está vazio
Minha sala está vazia
Não tenho esperança de alcançar
Onde minha estrela espera

Vou esperar
Meu coração sangrar
Até a última gota de sangue
Da minha folha morta

Não vejo razões para mudar meu caminho
Só encontro espinhos
Entre as paredes
Que dividem meu túnel

Meu cálice não é sagrado
E foi derramado no mar de desventuras
Para me afundar no vazio
Que se criou em meu longo e triste estio

sábado, 5 de dezembro de 2009

CAI O PANO






Não quero sair de cena
Mas as pedras estão surgindo no meu caminho
E assim que a turbulência passar
Terei que partir sem lembrar o que ficou

Sentirei muitas saudades
Mas tem horas que o eclipse não é bom para a lua
E assim é melhor seguir a estrada
Para que o céu volte a ter estrelas

Meu destino sempre foi feito de inglórias
Já não tenho mesmo esperança
De encontrar outros campos abertos
Onde possa acampar com minhas vestes surradas

O pano vai cair no fim espetáculo
Minhas lágrimas já molham o palco
E eu não sei sorrir para você ver meus olhos
Enquanto a sala fica vazia

Um dia lembrará que passei na tormenta
E que talvez eu não tenha sido a calmaria que esperava
Mas saberei levar na lembrança os momentos felizes
Mesmo que para isso os infelizes também me sigam

Meu destino é incerto
Meu coração é partido
Minha aflição em deixar-te é tudo que temo
Mas mesmo assim cairá o pano

Meus temores irão tomar posse das minhas terras
Meu por do sol não será como sonhei
Só tenho que me despedir
Sei que será melhor pra você

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

FOME


Esta poesia inspirada em Solando Trindade
É dedicada ao meu amigo, quem amo,e poeta
MARCIO RUFINO
"Tem gente com fome"
Tenho de fome de amizade
Daquela amizade onde não há cobrança
Tenho fome de paz
De paz entre as pessoas
Tenho fome de harmonia
Não tenho visto isso hoje em dia
Tenho fome dos braços abertos
Para receber quem quer que seja
Tenho fome do perdão
Esquecer as desavenças
Esquecer as crenças
Que inspiram discórdia
Tenho fome
De amor
Tenho fome de humildade
Tenho fome
De fraternidade
Tenho fome
Da ingenuidade
Da inocência
Da infância
Tenho fome da esperança

Autor: Arnoldo Pimentel

domingo, 29 de novembro de 2009

CÉU DESCONHECIDO




Tem horas que eu existo
Sou a única estrela no céu
Aquela que reflete pouca luz
Mas mesmo assim ainda reflete luz

Tem horas que não sou ninguém
Apenas um ponto sem importância
No escuro céu
Que não merece ser olhado a olho nu

Tem horas que sou o sorriso
Sem grilos, que só faz acalmar
Céu sem nuvens, fácil de abraçar

Tem horas que sou céu desconhecido
Porto onde não se pode ancorar
Braços que não se deve abraçar

terça-feira, 24 de novembro de 2009

DESERTO ENCABULADO



Não tenho ninguém para conversar
Mundo desabitado
Deserto encabulado
Sem sombras para descansar

Sobras de perfume evaporaram
Foram de encontro à noite
Buscar a melancolia escondida
Na vida desfalecida

Não tenho ninguém para olhar
Para separar as gotas de orvalho
Evitar que as folhas se desprendam
Para não mais voltar

Sou um mundo no vazio
Um país sem povoado
Mar sem água para se alimentar
Lua sem sol para brilhar

Não tenho ninguém para abraçar
Para sufocar meu soluço
Para me agasalhar
Não tenho ninguém para navegar

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

45




O espelho refletia
A imagem da minha esperança
Penteando os cabelos
No sonho de criança
Era hora da escola
Não do cogumelo que esfola

Estava juntando as coisas
Que deveria fazer
Durante o dia
Se houvesse dia
Se houvesse luz
Se houvesse alegria

Minhas sombras
Não são meus olhos
Minha pele
Não sentiu mais o sabor do sol
Não tenho jardim
Nem girassol

Talvez eu conseguisse
Voltar outra vez
Sob a chuva negra
Atravessar a ponte
Que separa a tristeza
Da ilusão que ficou na fonte

Deixei de ouvir
O canto da vida
Que ficou espalhado na terra
Almas perdidas
No limiar da lembrança
Da vida esquecida

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

SEM ASAS PARA VOAR



Escondo-me embaixo da cama
Ouço a voz que me chama
Tenho medo de levantar
De sorrir
E depois chorar
De aventurar-me
De abrir minhas asas
Tentar voar
E como ícaro
Derreter
No desconhecido
Seu mar

SELO DA MARY



Estou muito feliz, recebi mais um selo
Presente da Mary do marianapapa.blogspot.com

Amigos indicados
ka-anjodanoite.blogspt.com
samdesnuda.blogspot.com
janefreitas.blogspot.com
mikaelepensamentos.blogspot.com
andreapeloavesso.blogspot.com
gessnergraciele.blogspot.com
sollothesadman.blogspot.com
donnapoesias.blogspot.com
gheysa1.blogspot.com
palavraemvao.blogspot.com
chaebolachas.blogspot.com

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

SELO ANJO DA NOITE



Sinto-me honrado e muito feliz por receber este selo
Presente de ka-anjodanoite.blogspot.com

AMIGO




AMIGO

AUTORA: SILVIA HELENA CARVALHO
PARA : ARNOLDO

Se eu ficasse não teria mais poesias, nenhuma canção
Nenhuma simples melodia, se eu ficasse, nem você existiria!
Eu te amo, porém, se eu ficasse talvez não te amasse
E dos meus lábios essa canção não ouviria...Amigo

A distância é rejeitada como um ato de crueldade
Ninguém quer sair de perto e cair nos braços da saudade
Mas é assim que nos descobrimos... Sozinhos nos encontramos,
Reconhecemo-nos, a distância trás descobertas que juntos ignoramos

A distância capacita, dá força e nos faz valorizar aqueles que amamos
Foi a distância que me aproximou de ti,
Foi a distância que me fez compreender,
Que existe outro sentimento pra sentir, tão forte quanto o amor,
Tão puro como a fé, intenso como a saudade

Indispensável como a sinceridade, racional como a fidelidade
Eu não entenderia que sua amizade era tudo que eu precisava,
E se eu ficasse isso não me bastaria

Deixemo-nos livres pra descobrirmos nosso eu
Pois a distância não separa, apenas constrói no peito um espaço,
Reservado ao nosso melhor amigo

A quem se diz, pode ir, se voltares estarei aqui,
Se eu ficasse nunca saberia que posso dizer: Amigo, eu te amo!
E esse espaço em meu peito, é teu abrigo


Fico honrado em receber esse selo
Presente da amiga SAM do blog sentimentos-sam.blogspot.com


Fico honrado em receber esse selo
Presente da amiga Andrea Magri do blog andreapeloavesso.blogspot.com

segunda-feira, 9 de novembro de 2009



Fico honrado em receber esse selo!
Ganhei de ka-anjodanoite.blogspot.com

indicar blogs
janefreitas.blogspot.com
gheysa1.blogspot.com
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emaranhadorufiniano.blogspot.com

sábado, 7 de novembro de 2009

BORBOLETA





Ainda que eu tiver que ver o crepuscúlo
Pelo quadrado da janela
Tendo o chão gélido e molhado como colchão
Não desanimarei

Ainda que eu tiver que imprimir jornais
Na calada da noite
Para ser perseguida na calçada
Eu continuarei a panfletar meus ideais

Ainda que eu tiver que ficar com meu corpo nu
Para ser torturada
Para ser massacrada
Eu serei Minerva, e firme ficarei

Ainda que eu tiver que sair do casulo
Para bater asas nas ruas de vidro
E sangrar todos os dias
Eu voarei

Ainda que eu tiver que perder minha vida
Na estrada deserta
Para vidas serem livres
Minha vida eu darei

sábado, 31 de outubro de 2009

TEMPO SEM VENTO



Já não sei dizer se sou
Bálsamo
Flor
Ou fruto
Se meu perfume
Cabe dentro da minha solidão
Se meu violão entristecido
Ainda sabe os acordes
Da sua canção
Já não sei dizer
Em que tempo estou
Não sei dizer se sou estrela
Ou lua
Ou uma janela sem vidros
Por onde
O vento da saudade entrou

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

RECOMEÇAR

É só uma sombra sob a árvore
Vazia desde o dia em que partiu
Mas esconde as pedras encabuladas
Que amargam minhas lembranças

É só uma sombra que clareia meu passado
Que aflige os dias inexistentes que virão
Trazendo a saudade que se acumulou no tempo
E que cortará a penumbra da minha gaiola

É só uma sombra que balança perto da varanda
Movida pela velocidade silenciosa do vento
Onde folheio as páginas viradas
Que capotaram no caminho para a felicidade que eu não acreditava

É só uma sombra que se estende por mais um dia que espero minha partida
Partida que me encontrará sentando à sua espera
Sentindo meu olhar perdido nas sobras que ficaram na estrada de areia
Saboreando o chiclete de fruta
Fruta da minha terra

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

AMANHECEU

Sobraram estrelas
No céu dos meus dias
Não as usei na fantasia
Para forjar minha alegria

Sobraram garrafas na mesa
Quando o bar fechou
E o sinônimo do deserto
Lavou minha alma

Sobraram tristezas no fim
No murmúrio que calou o ouvido
Que calou o grito na escuridão
Das sobras do papel tingido

Bastou as estrelas partirem
O sol rasgar as montanhas
Para eu desfalecer no abandono
Que a noite me impôs

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PÓ DE POESIA

APRESENTAÇÃO DO PÓ-DE-POESIA DIA 17 DE OUTUBRO DE 2009 NO CENTRO CULTURAL DONANA EM BELFORD ROXO-RJ

PÓ DE POESIA

Eduardo

PÓ DE POESIA

Cristiano

PÓ DE POESIA

DIDA

PÓ DE POESIA

Sérgio -Salles-Olgers (Gambiarra Profana)

PÓ DE POESIA

Ivone Landim

PÓ DE POESIA

Márcio Rufino

PÓ DE POESIA

Arnoldo Pimentel

PÓ DE POESIA

Eduardo , Cristiano , Arnoldo

domingo, 18 de outubro de 2009

VIDROS

Como eu poderia sorrir
Se não sei amar
Se não sei olhar
Para onde se pode brilhar

Como eu poderia amar
Se não quebrei os vidros
Que me cercam
Nos longos dias sem noite

Como poderia nada
Se os peixes
Não me ensinaram a voar

Como poderia viver
Se meu sorriso se escondeu
Na mesma noite que nasceu

domingo, 11 de outubro de 2009

LAGO SEM CISNES

A brisa solitária tocava meu rosto
Enquanto olhava as águas serenas
Tentando esquecer a sensação que ficou entre mesas
Que balançavam quando ofuscadas por sua beleza

Brisa que exalava o perfume das flores que margeiam
Nossas vidas nos dias de tristezas sem gangorra para balançar
Saboreando a melodia sutil que penetra em nossa alma
Misturando a desilusão com a certeza que não poderá amar

Brisa sem cisnes para deslizar
Entre a linha tênue da desesperança
Que limita seus passos
Para não abraçar

Brisa sem o esplendor das estrelas
Céu que escureceu o lago deserto
Sem lírio
Sem cisne ou amor por perto

Brisa que insiste durante a névoa
Que não adianta sonhar com o amanhã
Quando o amanhã não existe
E se esconde no fundo do lago

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

TENNESSE

É apenas um lugar
Que ficou escondido no tempo
Em que a cadeira balançava
Na varanda
Tocada pelo vento
Protegida do sol
Protegida da chuva
Dos olhares ermos
Dos sonhos que vagavam
Perdidos
Pelas noites intranquilas
Enquanto o outono
Não dobrava a esquina
Da manhã vazia

sábado, 3 de outubro de 2009

LÍRIOS DEVASTADOS

Só fui feliz no olhar
Só fui feliz através da janela
Através da grades
Que vivem para me aprisionar

Só fui feliz na solidão
No sótão
No porão
Só fui feliz na minha aflição

Só fui feliz na ventania
Que devastou meus lírios
No amanhã sem lar
Só fui feliz para me amordaçar

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

CANÇÃO PARA O AMIGO

Autor: Jorge Sollo
Dedicado ao amigo Arnoldo

Mentes se tocam
Almas que se completam
Não conhecem nem o tempo nem a razão
Amores etéreos nascidos da imensidão

São abraços sem existir o tocar
Cumplicidade prematura entre eu e você
Pegadas dos mesmos passos a se sobrepor
E nossas vidas ligadas pelos nos invisíveis do amor

Amigos suponho sejam assim...
Elfos e fadas que possuem magia no cantar
E olhares tão ávidos a espera no cais
Pra sufocar a espera que não os deixa jamais

Então te canto e a canção é assim:
Amigo és porto seguro, és abrigo enfim
Que descobre nos olhos o que jamais revelei
Vê nas entrelinhas a solidão que sempre ocultei

terça-feira, 29 de setembro de 2009

SEM PRIMAVERA


As nuvens escurecem
Meu céu
Os raios estremecem minha savana
Queimam minha cabana

Encontrei neblina
Na minha estrada
Paisagem escondida
Em cada canto da vida

Sou um rosto sem multidão
Perdido nas estações do ano
Sem primavera
Sem violão

sábado, 26 de setembro de 2009

REGINA

Minha noite não tem orvalho
É carente de seus olhos
Estou num atalho
Que me levará a uma ponte distante de você

Minha noite é feita de silêncio
De fumaça
Que embaça
A janela de vidro

Minha noite não tem agasalho
Só sente o frio
Que chega com a chuva

A noite é minha tormenta
Devasta minha fantasia
Entristece minha poesia

domingo, 20 de setembro de 2009

GAIVOTAS

Esta poesia é dedicata ao meu amigo e poeta MAKER


Não adianta aprisionar
Deixar de sorrir
Deixar de sentir
Deixar de amar
Não adianta
Olhar as gaivotas
Pelo quadrado da janela
Se não puder zarpar
Escutar o badalar dos sinos
Se não souber ouvir
Se não souber rezar
Não adianta se afligir
Se seus braços não vão partir

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

ÁRIDO

Qualquer dia
Vou afogar-me nas lágrimas
Das montanhas queimadas
Do meu planeta árido

Sou árido
Como o cometa que cruza o meu céu
Sou o véu
Da cachoeira nebulosa

Sou o sangrar
Do lobo selvagem
Nas veredas
Incertas da minha vastidão

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

TENHO UM AMIGO


Autora: Gheysa Moura
Poesia dedicada ao amigo Arnoldo
Tenho um amigo
Que me trouxe novos sonhos
Pois perdi os meus na estrada
Em um lugar que não sei onde é ...
Tinha um belo sorriso
Que feneceu ao longo do tempo
Uma alma musical...
Minh'alma desafinou
Mas meu amigo devolveu
Meu violino
A madrugada amiga deixou
De ver meus olhos
Até que meu amigo
Me fez voltar a encontrar
A madrugada aos sábados
Para ser amada...
Tenhor um amigo
Que me fez lembrar
Que posso voar
Mesmo sem sair do lugar

domingo, 6 de setembro de 2009

CÉU DESABITADO


Esperar o tempo passar
Contar as horas
Esconder o carinho sonhado
O céu desabitado

Sentir a lágrima do orvalho
Que corta na noite
O sentimento reprimido
E o luar abandonado

Na claridade do amanhecer
Sufocar a angústia
Conter a doçura do olhar
Até a vida passar

sábado, 5 de setembro de 2009

LUGAR DOS SONHOS

JANIS JOPLIN

Janis Joplin , saudades eternas
Cada vez que a ouço minha vida é renovada

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sabia que nossos sonhos não desmoranam como castelos de areia que construímos na praia, eles vivem, são eternos, basta querermos. Podemos viver nossos sonhos dentro de nós, e deixarmos que os sonhos entrem em nossa alma pelos poros da imaginação. Procure tentar, quando for se deitar, depois de orar, pense no sonho que quer viver e ai viverá, poderá senti-lo, se desejar encontrará até o pequeno príncipe e seu pé de jatobá, encontrará sim, ele está regando o jatobá como você pode regar seus sonhos, para fazerem parte da sua vida sempre e assim ser um pouco mais feliz. Arnoldo Pimentel

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MINHA ESPERANÇA


Autora: Silvia Helena Carvalho
O que importa se em Ti está minha fé?
- Nada importa
Pois em Ti está minha esperança!
Ainda que me digam: não, não tem mais jeito...
Ainda que me torturem, e esmague meu peito,
Continuarei afirmando: Tu és meu Deus!
E com alegria seguirei Te louvando;
Ainda que caminhando contra o vento,
Eu caia e morra ao relento,
E minha carne seja dividida
Entre as feras do campo,
E de mim nada mais restar,
Minha fé me conduzirá ao céu,
E Contigo sempre irei morar,
Mas quando minha sorte for mudada,
E pelo Senhor eu for agraciada,
Meus lábios mais O louvarão,
Feliz então eu serei, por poder dizer,
Ao meu Rei:
"Minha fé não foi em vão"!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

OS DIAS E AS NOITES


Não quero parecer triste
Mas estou com receio
De estar seguindo lentamente
Como num barco a remo
"Rumo ao Farol"
À caminho das trevas
Tenho medo de abocanhar o anzol
Que a solidão atirou
Para conquistar-me por inteiro
Todas as tardes
Procuro esconder-me da noite
Fugir do feixe de luz
Que insiste em iluminar minha vida
Fico embaixo das cobertas
Tentando evitar ser invadido
Pelas nuvens da desesperança
Evito despir-me para meus pensamentos
Minhas cobertas são minha ilha
Minha ilha sem farol
Não quero que me vejam
Que encontrem minha alma
Nos rochedos que as águas
Vão banhar
Durante
Os dias e as noites
Que ainda estão por vir

sábado, 15 de agosto de 2009

HORIZONTE DOS SEUS OLHOS


Aconteceu sem eu perceber
Não cativei você
Tive medo de abraçar
Tive medo de amar

Mergulhei no mar de arbustos
Soprei um vento no seu rosto
Pra você ficar distante
Das minhas mãos vazias

Tive medo de acariciar sua vida
De amar seu infinito
De viver seu paraíso

Tive medo de abraçar
De mergulhar
No horizonte dos seus olhos

PÉTALAS DE ESTRELAS


Bem que eu poderia
Ir a saturno
Levar junto os tempos remotos
O disco de juno

Bem que eu poderia
Cortar o espaço
Olhar-te das nuvens
Colher pétalas de estrelas

Bem que eu poderia
Pegar um cinema
Esquecer o soluço contido
O filme perdido

AZUL PISCINA


E se eu descobrir
Que posso acreditar
E se eu descobrir
Que posso andar

Que posso olhar
E fazer-me melhor
Tocar meu rosto
E encontrar um tesouro

E se eu descobrir
Que meu retrato não ficou apenas na memória
Caminhou e ganhou o mundo
Sem lembrar o que ficou pra trás

E se eu descobrir
Que meu polvilho não é azedo
É doce
Como minha alma

CORAÇÕES DESESPERADOS


Casas nuas e vazias
Paredes brancas
Na rua deserta coberta de poeira

Olhos tristonhos
Do sol que se escondeu
Na vereda escura sem soleira

Sonhos rasgados

Corações desesperados

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

VENTOS NA PRIMAVERA


Olhei através
Da cerca de arame
E vi que no seu quintal
Brilha o sol
Que brilha no meu quintal

Um sol de igualdade
Apesar dos ventos
Apesar da sorte
Em saber amar
Através do olhar

Espero colher frutas
E repartir
Sentir as flores
E sorrir
No meu lado da terra

Espero colher na primavera
A semente que plantei
Através do olhar no arame
E sentir que o sol é o mesmo
Se o inverno passar