Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)
"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)
"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)
sexta-feira, 25 de junho de 2010
POR DO SOL
POR DO SOL
Tem uma canoa seguindo sem rumo
Pelo rio da vida
Um rio que se alarga
Até chegar ao nada
Uma canoa banhada pelo por do sol
Que abre caminho por cima da floresta
Por dentro do verde da vegetação
Tocando com sua claridade cada fresta
Uma canoa pintada com cores de desesperança
Que sacia sua sede de sonhar olhando o tempo
Procurando nas árvores o colibri
Sonhando com os dias de felicidade que não vivi
Tem uma canoa buscando a beleza do entardecer
Como a beleza solitária que ainda sonha ver
Que ainda pode vir
Que ainda a faz sorrir
Uma canoa que baila no rio sem vida
Sem peixes no aquário quebrado
Sem boto cor-de-rosa
Ou unicórnio alado
Tem uma canoa acariciada pelo por do sol
Que navega dentro da floresta ilusória do meu coração
Beijada pelo olhar do vento
Um vento chamado solidão
sexta-feira, 18 de junho de 2010
MAR DE ROSAS
MAR DE ROSAS
Tem apenas um mar à sua frente
Um mar na noite logo ali quando termina os passos na areia
Logo depois da ponta dos ventos
Que balançam os cabelos louros
Tem apenas um mar na noite
Depois de despir o vestido preto
De despir o corpo nu de tanta espera
Depois que a noite abandona o leito
Depois que a solidão se aquece na brisa
Para invadir a alma despida
Quase sem vida
Tem apenas uma solidão no mar de vestido preto
Um olhar de leve que ficou sem jeito
Tem apenas um mar que morreu na noite e não houve outro jeito
domingo, 13 de junho de 2010
CASA NO CAMPO
CASA NO CAMPO
(Poesia dedicada a minha amiga Silviah Carvalho)
Um dia você terá uma casa no campo
Onde poderá ver a paisagem verde
As flores enfeitando seu dia
Brincando num simples balanço
Vai poder correr pela sua varanda
Jogar o chapéu de couro para o alto
Balançar seus cabelos e depois de caminhar a pé
Sentar-se à mesa no fim da tarde para saborear seu café
Um dia você terá uma casa no campo
Com as noites cobertas de estrelas brilhantes
Sentir a brisa fresca que beija as folhas
E pensar porque não escolheu viver assim antes
Um dia você vai sorrir
Em sua casa no campo
Colherá frutas frescas no pomar
Frutas doces como o brilho do seu olhar
Nas manhãs de primavera se encantará
Ouvindo o cantar daquele canário
E como o outro lindo pássaro
Voltará a voar, a sonhar
Um dia você vai brincar no balanço
Na sua casa de campo
E verá aquela vila tranqüila lá longe
E nunca mais se lembrará do seu pranto
Um dia você vai ser muito feliz
Feliz como um simples
E doce acalanto
Na sua casa no campo
domingo, 6 de junho de 2010
PEQUENO PARAÍSO
PEQUENO PARAÍSO
Tudo era azul
Era sorriso para quem precisasse de abrigo
Abrigo pra quem precisasse de sorriso
De riso
Tudo era apenas uma fantasia
Que brotou da nuvem que passava
Para clarear a tarde cinzenta
Todos os brinquedos
Estavam espalhados pelo chão
Ilhados e isolados
Como uma rosa depois de perder
Um botão
Tudo era apenas um azul
Que não era celeste
Nem mesmo a cor do meu olhar
Nem minha alma sem vestes
Eram apenas estrelas dos brinquedos
Que sem medo
Ficaram sozinhos e espalhados
Pela minha sala
Minha sala decorada pela minha ausência
Minha sala que não era azul e nem servia de abrigo
Que não era sorriso
Nem riso
Era apenas meu pequeno paraíso
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