Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ZINE GAMBIARRA PROFANA




A nona edição deste zine apresenta uma seleção de poesias editadas pela Gambiarra Profana em livros confeccionados de forma alternativa, que publicados independentemente, contaram apenas com o apoio dos poetas relacionados a obra, e do empenho ímpar da Folha Cultural Pataxó, que sem o seu insubstituível compromisso com a contracultura, nada do pouco que literariamente temos seria possível.
A parceria entre a Gambiarra Profana e a Folha Cultural Pataxó começou efetivamente no ano de 2000 com o livro Os covardes Também Cantam Canções de Amor de Sergio-SalleS-oigerS. De lá pra cá , foram concebidos sete livros desta união, dente eles os mais recentes são: Causo e Poesias de Adelino Filho; Cada Passo, Um Pedaço de Fabiano Soares da Silva; Bagagem de Mão de Jorge Medeiros; Ventos na Primavera de Arnoldo Pimentel.
Ao todo foram garimpados nove obras para tecer a nona edição da Gambiarra Profana. Contendo a individualidade pertinente de cada poeta que compartilham a generosidade dos que leem para serem lidos.



Ilustrações: Fabiano soares da Silva.

Música: Santo Cosme e São Damião de Sergio-SalleS-oigerS.
Arranjo e Execução: Agnaldo Estrela e Sergio-SalleS-oigerS.
Edição de Vídeo: Sergio-SalleS-oigerS.

sábado, 24 de setembro de 2011

ASAS DA LIBERDADE



ASAS DA LIBERDADE

Os barulhos que ouço
Não estão do lado de fora da casa
Sei que ainda que eu corte a névoa
Feito as árvores em busca do céu
Ainda que eu tenha asas
E passe todos os meus dias
No paraíso
Eu não serei nada
Não serei realmente feliz
Se eu não me sentir livre


Estarei ausente até meados de outubro para os últimos acertos do meu próximo livro “NUVENS” com lançamento previsto para início de novembro, o livro será editado pelo Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó e poderá ser adquirido através do Site “Mercado Livre”, pelo Blog do “Gambiarra Profana” ou diretamente com Arnoldo Pimentel.

Desde já agradeço a compreensão, o carinho e a amizade de todos, assim que possível retornarei para retribuir as visitas.

Dia 29 de setembro estarei me apresentando com o Gambiarra Profana na Casa de Cultura Sylvio Monteiro em Nova Iguaçu RJ

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O BEIJO E O BICHO (Márcio Rufino)

O BICHO E O BEIJO
Autor: Márcio Rufino
Márcio Rufino é poeta dos grupos Pó-de-Poesia e Gambiarra Profana, ator e professor de História
Visite o blog do Márcio Rufino
http://emaranhadorufiniano.blogspot.com
Poemas, prosas poéticas, sempre intensos.

Eu dei um beijo na cabeça do bicho
Perplexado com meu ato
passei a refletir num tom apressado
o que esse beijo me podia causar.

Uma virose louca 
devido ao grande contato
de seu pêlo em minha boca?

Uma alergia infeliz
devido à proximidade
de seu aroma em meu nariz?

Uma doença estranha
devido ao toque
de meus dedos em suas entranhas?

Amedrontado com meu ato
deixo que o eixo do medo
supere a ternura do beijo.

Bicho que não pediu beijo
porque deixo que o meu preconceito
atravesse como uma espada de aço o meu peito?

Beijo: ato de amor.
Beijo: para aliviar a dor.
Bicho: criatura intrigante.
Bicho: ser interessante.

Beijo: sinal de carinho.
Beijo: derrubando os espinhos.
Bicho: animal consciente.
Bicho: quase igual a gente.

Não sabendo o que se passava na cabeça do bicho
passei a pensar que sabia o que se passava na minha.
Mas sabendo que o bicho tudo tinha a ver com isso
passei a responder com a razâo o que o coração não adivinha.

Oh Senhor, Deus do Universo.
Por tudo que há de mais imerso,
Não permita que eu jogue meus lábios no lixo.
Pois na minha cabeça
ainda beija
o beijo que eu dei
na cabeça do bicho.

Marcio Rufino

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DACHAU




DACHAU

Eu queria tanto
Que os dias
Passassem logo
Que evaporassem
Atrás das montanhas
E tudo isso
Terminasse de uma vez
Por todas
Assim eu não teria mais
Porque
Acordar

Leituras interessantes:
chicletesalgado.blogspot.com
emaranhadorufiniano.blogspot.com
fcpataxo.blogspot.com

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DEPOIS QUE O GALO CANTAR








                                           DEPOIS QUE O GALO CANTAR

Ainda não ouvi o galo cantar
Mas confesso que tenho medo
Do que poderá vir, fico confuso
Só em pensar como a lua irá dormir hoje

As estradas irão aparecer do nada
Mas só poderei seguir uma
A estrada do meu destino
E não sei se estarei pronto

Para levar aos ventos
O Amor que conheço
Para falar desse Amor
Que não mereço

Minha fragilidade está à flor da pele
Acho que ficarei à beira mar
Ficarei por horas
Para tentar descobrir
Se poderei mesmo ser um pescador

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

CALVÁRIO


                                                             CALVÁRIO                                                           

Talvez eu descubra o que existe
Dentro do quadro abstrato
Tarde demais
Fico pensando se valerá a pena

Descer os degraus do templo
E ficar de joelhos
Com os olhos vendados
Até ser beijado na boca
E sentir o gosto do sangue na garganta

Como um soco no estômago
Em pleno calvário
Olímpico

Alguns irmãos desceram os degraus do coliseu andino
E poderiam escolher entre o perdão do paraíso
Ou inferno prescrito
Na sua oração
Ou extrema unção
Mas não voltaram para me dizer