Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MEU DESEJO (Poema sensual)




MEU DESEJO

Meu desejo é ter uma noite com você
Ficar uns minutos te admirando
Despida na ânsia de tanto querer
E começar a passar suavemente
O gelo pelas curvas do seu corpo já arrepiado
Para ficar molhado como as folhas pelo orvalho

Seus seios cálidos ansiar por minhas carícias
Meus lábios encontrarem os seus
Nossos corpos aos desejos se renderem


Quero sentir o gosto dos seus seios
Meus lábios seus mamilos procurarem
Suas mãos me enlaçando
 Você a sussurrar carícias
Sentindo seu corpo se entregando
No amor flutuando

Quero tocar-lhe em cada canto
Saciar suas costelas
Sentir seu ventre com meus carinhos se contrair
Sentir o desejo entre suas pernas

Quero com meus lábios
Tatear as paredes do seu interior
Sentir seu corpo se contorcer
Estremecer

Suas pernas me enlaçarem
Suas mãos agarrarem meus cabelos
Puxando-me para dentro de você
Sentindo todo prazer

Até eu sentir o sabor doce
Da seiva do seu gozo
Saciar seus desejos
Até você desfalecer
De prazer




quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O AMOR



O AMOR

Se numa tarde fria e triste, de chuva fina, você ouvir leves toques no vidro da janela do seu quarto, abra as cortinas e verá um passarinho, tocando no vidro uma doce melodia, a janela é apenas seu coração, o passarinho é o amor querendo em sua vida entrar, então não tenha medo, abra seu coração e deixe esse amor entrar e sua vida mudar.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PEQUENO COMETA EM TROCADILHO NA VIA LÁCTEA QUE VI DO FAROL DE NOVA AURORA


PEQUENO COMETA EM TROCADILHO NA VIA LÁCTEA QUE VI DO FAROL DE NOVA AURORA
Este poema tem pequeninos trechos que lembram poemas de amigos do Gambiarra Profana 

Eu sei que não posso abrir a janela do ônibus
Por causa do ar condicionado
Apesar da chuva que cai
Bem aqui ao lado

Li algumas trovas de amor
Para tentar aprender a fazer
Apenas para te surpreender
Apenas para mostrar a você que aprendi a escrever
Que aprendi a sentir o amor como você
Como se sente e se vê

Mas acabei mesmo
Olhando o pequeno farol
Que ilumina o caminho da embarcação
Que me levará até os girassóis
Que camuflam seu coração

Por volta das 22 horas preciso ir embora
E tentar encontrar você
Na pequena ilha com casas nas árvores
Mesmo que não pare de chover
Poder olhar lá de cima até onde o mar se finda
Até onde a névoa me ensine a pintar a poesia que há
A olhar no seu olhar e pintar no azul do mar
Todo mel do seu meigo olhar

Vou ler Farol de São Tomé mais uma vez
E procurar as estrelas que embelezam meu mar
Do pequeno farol
Que me acolherá
Enquanto eu conseguir existir
Sem ter você por aqui

Tem horas que fico ouvindo as sonatas de outono
Que cobrem meu jardim de desejos com acordes
Feitos de flores
Flor de lis
Flor de lótus
Flor da pele
Flor da vida

Um dia vou procurar nos olhos
Ou nos versos do Curupira
E imaginar o que fazer
Para ter você

Quando ouço trovoadas
Atravesso a nado as cataratas do Niágara
Só para me esconder embaixo da escada
E esperar o cometa trocadilho aparecer
Ou quem sabe você me escrever

Hoje eu sei que o meu verde oliva
Foi apenas uma casa mata temporária
Uma trincheira agrária
Mas que me ensinou a olhar além dos olhos
Que são a porta do coração que queremos conhecer
Por isso eu sei o quanto o vilarejo Rangel me ensinou
O quanto aprendi a amar
Só depois dessa minha moradia passei a olhar
O horizonte que está depois do verbo sonhar
E que me levaria a perder o medo de navegar
Pelas trilhas da solidão
Para me encontrar

Eu sei que meu olhar percorreu estradas vazias
As imagens que enfeitavam minhas estradas eram apenas miragens
Que não tinham nada a oferecer
Além da ilusão de saciar a sede por alguns dias
Mas sem nunca conseguirem mostrar
A verdadeira utopia

Meu sentimento não é feito apenas do sentir
Mas também do beijo que a lua saboreou do sol
Apesar de estar tão longe, tão longe que o mar
Não conseguiu banhar depois da terra do fogo
E antes da cordilheira do meu pomar
Que foi feito apenas para te amar

As nuvens cinza sempre aparecem
No meio da noite tentando clarear o céu
Que vive cobrindo minha caminhada
Mas sei que quando eu entrar no ônibus
Na pequena e desolada parada empoeirada
Olharei nos olhos das nuvens e seus olhos azuis
Irão sentir que esqueci os dias que elas clarearam
Com  cinza pintado de azul frustrado

Talvez minhas angústias acabem
Quando o ônibus chegar ao meu princípio
E eu olhe nos olhos da estrada do meu destino
Que poderá estar abrindo o caminho
Para eu viver o amor que me foi prometido

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CAFÉ NA JANELA ÀS 4 DA TARDE



CAFÉ NA JANELA ÀS 4 DA TARDE

Por cima das árvores
Estão janelas frustradas
Interiores ilhados
Lágrimas contidas e aladas

Que percorrem o corredor
Cercado por paredes inacabadas
Sombras de olhares dispersos
No fim da escada

Minha lua não é vista de longe
Nem mesmo as pombas brancas
Que habitavam o beiral são como antes

A fumaça do cigarro
Embaça o vidro da janela
Paisagem de uma vida
Num horizonte perdido sem ela

Quando chove a imagem fica distorcida
Clima de film noir sem vida
Na solidão que da minha sala

Nunca foi removida

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MAR TAMBÉM PODE PLAINAR



MAR TAMBÉM PODE PLAINAR

Em alguns momentos
Minhas palavras
São como algumas ondas
E quebram antes mesmo
Do quebra mar

Eu sei que tenho alguns medos
E um deles
É medo de alturas
Mas se fosse preciso
Iria até a lua
Só para te abraçar

Quem sabe
Ondas e medos flutuam no mesmo lugar
Lá na correnteza do vácuo
De onde acenei várias vezes
Mandei mil beijos
Só para tentar
Chamar a atenção do seu olhar

sábado, 15 de janeiro de 2011

MINHA NOITE NÃO SERÁ MARAVILHOSA




                              MINHA NOITE NÃO SERÁ MARAVILHOSA

Minha noite não será mais maravilhosa
Já não tenho razão para me sentir feliz
Já não tenho sombras no caminho
O sol sufocante é minha trilha de espinhos

Minha noite não tem flores
Só sombras que escurecem a escada
E assim não chego aonde quero chegar
Não tenho em que acreditar

Minha noite só tem vultos
Dos dias que ficaram esquecidos nos anos
Ficaram nas noites que foram felizes
Ficaram fincados como raízes

Minha noite não tem sorrisos
Só lembranças que passam como querem
Só ternuras passadas
Que agora me ferem

Minha noite não será mais maravilhosa
Não tenho ponte para atravessar as águas revoltas
Não tenho mais sorte
Não tenho luz no fim do túnel

Já não procuro minha esperança
Já esqueci meu corpo na estrada
Sou ninguém que virou nada

Minha noite não tem mais jardim
Sou feito de sombras
Praia que não tem ondas

Minha noite nunca mais será maravilhosa
Fiquei pedido entre meus espinhos
Nunca mais acharei meu caminho

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

CAI O PANO



CAI O PANO

Não quero sair de cena
Mas as pedras estão surgindo no meu caminho
E assim que a turbulência passar
Terei que partir sem lembrar o que ficou

Sentirei muitas saudades
Mas tem horas que o eclipse não é bom para a lua
E assim é melhor seguir a estrada
Para que o céu volte a ter estrelas

Meu destino sempre foi feito de inglórias
Já não tenho mesmo esperança
De encontrar outros campos abertos
Onde possa acampar com minhas vestes surradas

O pano vai cair no fim do espetáculo
Minhas lágrimas já molharam o palco
E eu não sei sorrir para você ver meus olhos
Enquanto a sala fica vazia

Um dia lembrará que passei na tormenta
E que talvez eu não tenha sido a calmaria que esperava
Mas saberei levar na lembrança os momentos felizes
Mesmo que para isso os infelizes também me sigam

Meu destino é incerto
Meu coração é partido
Minha aflição em deixar-te é tudo que temo
Mas mesmo assim cairá o pano

Meus temores irão tomar posse das minhas terras
Meu por do sol não será como sonhei
Só tenho que me despedir
Sei que será o melhor pra você

sábado, 8 de janeiro de 2011

JARDIM SEM ANJOS



 JARDIM SEM ANJOS

Essas flores não têm mais perfume
Esqueça as trovas que ouviu nas noites
Enluaradas em que sonhava com um amor
Que poderia haver entre as janelas do quarto

Olhe bem as camadas que escondem as palavras
Que foram jogadas ao vento na intenção de iludir
As mariposas que vagavam perto das luzes de névoa
Sem pergaminhos para escrever o que ouvia no coração

Sinta o gosto da ferida que foi deixada
No corte que não sangrou porque a pele de cimento
Ainda existe na solidão pintada no vidro
Com as mãos que foram tocadas pela ponte sobre o rio seco

O jardim florido está perdendo as asas de anjo
E as rosas vermelhas estão deixando de ser ouvidas
Porque o vento está soprando na direção do leste
E tentando mostrar ao seu coração que jamais existiram flores no quadro

Talvez o mundo do coração não seja ilusório
E as gotas de suor que escorreram pela sombra
Ainda seja a melhor tatuagem para carimbar a estrela cadente
Que partirá do mundo de sombras que iludiu a madrugada com desamor

Eu sei que ainda vou sorrir durante a chuva que cairá na estrada
Mas o sorriso amargo na minha face é a prova que sairei inteiro
Depois do vendaval que fará sucumbir o jardim sem anjos
Onde só ficará quem realmente se deixar enganar depois do amanhecer

sábado, 1 de janeiro de 2011

SILÊNCIO DOS ANDES

Os selos abaixo são para todos os visitantes.
Presente da Eduarda (http://eduarda-naomatemacotovia.blogspot.com)
Presente da Mari Grodin (http://coisasminhas-marizinha.blogspot.com)
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Presente da Verônica (http://mardeepoesias.blogspot.com

REGRAS
1 - Postar e distribuir os selos indicando o link que o presenteou (http://ventosnaprimavera.blogspot.com)
2 - Visitar os blogs dos selos
3 - Ler e comentar o poema, razão do blog existir.

SILÊNCIO DOS ANDES

Talvez eu tente ir à praia que nunca vi
E lá ouvirei seu silêncio vindo do mar
Ouvirei as gaivotas traduzindo seu vôo
Para seu silêncio enfim virar a brisa que tocará meu rosto

Assim minhas pegadas ficarão ali eternamente
E sempre que você olhar a areia da praia
Quando estiver voando na brisa e entoando seu silêncio
Verá lá do alto um pedaço do meu coração

Só assim poderá sentir que existir não é apenas ver
Não é apenas poder tocar
Não é apenas poder ouvir o canto silencioso do condor

Existir é nada mais que sentir o amor
Invadir seu coração enquanto você embeleza a cordilheira
Voando no silêncio do vento
Voando livre pelos Andes no silêncio do seu pensamento

Voando de encontro ao amor
Que no frio dos Andes
Aquecerá seu sofrimento