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terça-feira, 8 de março de 2011

RIACHO SECO

                                          RIACHO SECO

Lá do outro lado do horizonte existe um rio, mas não um rio imenso, um pequeno riacho, com águas claras que desce da nascente, que fica por perto, margeado de um lado por flores campestres,  e de onde pode-se ver  uma casa, com janelas de madeiras, sala com lareira, um pequeno pomar com frutas frescas  e uma varanda com cadeiras de balanço para durante a noite apreciar-se as estrelas que ficam por lá, naquele recanto, a brilhar. Na outra margem não existe flores campestres, o riacho é margeado naquele lado, apenas por árvores secas, pois a água não pode chegar lá, a paisagem é um tanto incolor, mas não existe dor, pois ela já está incorporada no clima solitário do lugar, lugar para quem teve apenas a solidão para habitar, ali não tem casa com varanda, nem estrelas para olhar, nem cadeira de balanço para descansar ouvindo o som do silêncio, nem mesmo o som do vento, e talvez seja nessa margem do rio, pela brisa que sinto chegar, depois que eu for para o outro lado do horizonte, que devo me aprisionar.

7 comentários:

  1. tenho dentro de mim as duas margens..
    às vezes sento-me na cadeira de balanço na varanda da casa com flores mas, na maioria das vezes, estou sentada na outra margem..
    apreciando tudo com os olhos do futuro..

    bjs.Sol

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  2. Olá, acredito que irá encontrar o que procuras, talvez além do horizonte, como diria O Rei Roberto Carlos.
    Bjsss
    ótima semana!!!

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  3. Sua escrita sempre com uma melodia intensa, como se houvesse um fundo musical :)
    Abraços!

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  4. élindo Arnoldo e hoje voce conseguiu,me fazer
    chorar,mas não são lagrimas de tristeza mas de emoção por saber que existem pessoas abençoadas por Deus que escrevem poemas assim,com tanta
    verdade que podemos senti-las,junto com voce
    um abraço meu querido,muita paz,,
    marlene

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  5. Quão belas suas palavras para descrever 2 âmbitos reais da nossa vida. Ao modo que eu ia lendo sentia o enaltecer da esperança, na beleza das margens, na confusão das flores e folhas a se misturar... Pois é desta maneira que descrevo minha vida, ora é margem de ventos, folhas e flores vivas, canto dos pássaros e primavera encantadora, ora é silêncio q remete dor, folhas secas que defini o meu torpor e estiagem mórbida que descreve o sufoco do amor.

    Gostei muito do seu blog, da maneira como escreve, se expressa. seguindo.
    Se quiser, visite o meu: http://manoelbritto.blogspot.com/
    Fique com Deus...

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  6. Bom dia,Arnoldo!!

    Tomara que encontre muito mais além do horizonte...Que encontre amor, luz e muitas flores para colorir e alegrar-te!!
    Lindo seu riacho!!
    Beijos
    Bom final de semana!!

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  7. Me vi ali, sentada na varanda. Temos a certeza que virá a hora de atravessarmos para a outra margem. Que texto meu amigo, triste mas com um conteúdo muito lindo. Beijinhos carinhosos para ti.

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