Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

TÚNEL DO TEMPO



Os selos são para todos os visitantes, é só pegar quantos desejar


Selo da Chris Amag  : Blog  http://chrisamag.blogspot.com/


Selo da Cynthia Dayanne  Blog: http://cynthiadayanne.blogspot.com/



Selo da Eliana Sassen Blog: http://www.combinandoartes.blogspot.com/



Selo da Elaine Regina Blog: http://florescerdaalma.blogspot.com/



Selo da Paula Figueiredo Blog: http://arteclando.blogspo.com/





Selo da Paula Figueiredo Blog://desmemoriafeminina.blogspot.com

Selo da Kiro  Blog: http://diariodakiro.blogspot.com



REGRAS
1 - Postar e distribuir os selos indicando o link que o presenteou (ventosnaprimavera.blogspot.com)
2 - Visitar os blogs dos selos
3 - Ler e comentar o poema, razão do blog existir

                                                           
                                               TÚNEL DO TEMPO

Aonde ir?
Talvez por aí
Seguir o rumo sem vento
Talvez entrar no túnel do tempo

Onde os meus olhos ainda não tinham tristezas
E meu rosto sujo de poeira
Era tocado pela sombra da mangueira
Bem perto da rua e de frente para as palmeiras

Talvez entrar no túnel do tempo
Lá onde minha escola ficava,  depois da bomba
Perto do antigo mosteiro
E a melhor hora era a hora do recreio
Ou a aula vaga da professora que não veio

Talvez no tempo do pique bandeira
No tempo que olhar nos olhos
E pegar na mão
Da menina tímida que sorria
Era tudo que se podia

Talvez naquela noite de chuva
Lá no canto do pensamento
Onde ficava deitado ouvindo a música de amor
No pequeno rádio de pilha que ficava
Junto ao ouvido,  em cima do travesseiro
Olhando a chuva na janela
Sonhando com um amor verdadeiro
Um amor que pudesse amar sem receio
Não apenas um sentimento passageiro

Talvez caminhar pela cidade
Sentindo os pingos da chuva
Que atravessaram o tempo
E lembrar-se do rosto sujo
Dos olhos cheios de vida e sem tristeza
Dos sorrisos que ficaram na sombra da mangueira
De frente para as palmeiras
Pela vida inteira

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EXPOSICÃO GABRIELA BOECHAT

                                          VÍRUS DO AMOR

                                       ANJO TORTO


                                     VENTOS NA PRIMAVERA

                                          NU DA MINHA VOZ


                                       BAILARINA DA VIA LIGHT


ESQUELOTOSE



A exposição da artista plástica Gabriela Boechat vai rolar sábado dia 26/02/2011 no SESC Nova Iguaçu

Parabéns Gabi, fico muito feliz por seu sucesso , quando você diz "Foi Arnoldo Pimentel que me descobriu", eu acho que não, apenas consegui que a primeira porta fosse aberta pra você, lá no Centro Cultural Donana, na noite de autográfos do meu livro Ventos na Primavera, mas quem abriu as portas para você, foi você mesma, com seu talento, sua dedicação e sua garra. O Sérgio sempr fala, "A Gabriela tem a cara do gambiarra" e é verdade. Em nome do Gambiarra Profana e do Po-de-Poesia e da Folha Pataxó, desejo a você muita felicidade, que Deus te abençoe. Beijos

Seu sempre amigo Arnoldo Pimentel

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

VENTO NA SOLIDÃO



                                        VENTO NA SOLIDÃO

Tenho me acostumado com a solidão
Não tenho sentido falta nem mesmo
Do balanço das cortinas sendo tocadas
Pelo olhar da lua no silêncio do quarto

Sei que todas as horas são passageiras
E o encanto das estrelas ainda voltará
A colorir as páginas do caderno
Onde desenho meus pequenos momentos

Um dia desses a vela soprará o veleiro
Para o outono que se forma
Do outro lado das dunas

Porque até o vento cansa de soprar no deserto
Por não ter flores para enfeitar
As noites que fico a esperar

sábado, 19 de fevereiro de 2011

CIO À FLOR DA PELE



                                                   CIO À FLOR DA PELE

A noite exala o perfume
Que desbotou a flor
Por ter sido seduzido
Pelo corpo perfeito
Deixando o ar rarefeito

Dobras de gotas d’água
Caíram das nuvens
E foram sugadas
Pelos seios sedentos
Pequenos, macios
Frágeis como um beijo
No ápice do desejo

Cabana de madeira na clareira
Junto ao lago
Coberta pela brisa
Num cio umedecido
Pelo toque carinhoso do orvalho

Que refletia o amor à flor da pele
O amor que estava para acontecer
Sem se importar com a chaminé
Que sua asfixia não deixava ver

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

POESIA E A FLOR




                                      POESIA E A FLOR

Eu queria inventar uma flor
Mas que tivesse seus olhos
Que tivesse sua brisa
Que tivesse seu calor

Eu queria inventar uma poesia
Mas que fosse meiga como uma flor
Que fosse delicada como seus versos
Que fosse uma poesia feita de ilusão
Como a flor do coração

Eu queria inventar uma flor
Que saciasse a sede no riacho de água pura e cristalina
Que tivesse assim pétalas de cristais
Que tivesse botões com pontas de estrelas
Que não sofresse com a dor
Que fosse feita de amor

Eu queria inventar uma poesia
Como se inventa uma flor
Mas que não tivesse espinhos
Que tivesse apenas carinho

Eu queria ser uma poesia
Que colorisse sonhos
Para espalhar uma paisagem
Iluminada por todas as flores
Nos seus sonhos

No fundo
Eu apenas queria
Ser só uma flor de poesia
Que nada mais inventasse
Que nada mais precisasse
Além de enfeitar o seu dia

sábado, 12 de fevereiro de 2011

ONDAS E VENTOS / CANÇÕES RECOLHIDAS






ONDAS E VENTOS (Inspirado nessa canção e na solidão que me norteia) 

A felicidade é aquilo que não existe
Pois se esconde sob as ondas
Que se desmancham como os sonhos
Quando são levados pelos ventos




Meus olhos já foram vendados
Tenho canções escritas
Que foram recolhidas
E escondidas

Entre medos sob a chuva
Que molhou o telhado
Que dá para o quintal
Que tem que estar sempre desabitado

Simples vida que caminha
Pelos olhares da cidade
Versos que nascem
Do desejo de liberdade

Sonhos algemados
Pelo odor da intranqüilidade
Pela intolerância desmedida
Que castrou nossa mocidade

Parece um simples caminhar
Um simples sorriso
Um olhar para o lado
Mas sempre está no mesmo lugar

Parece que as pernas não se movem
O rosto não é tocado pela chuva
É apenas um mesmo lugar
Que o poder te obriga a ficar

Um grito no ouvido
O som do estampido
Que ecoa no vácuo
Do feto que ainda vai acordar

Virando o rosto pro lado
Para não olhar
O medo que vai explodir
No mesmo lugar

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

APOCALYPSE (TRILOGIA)




APOCALYPSE 1.3

Não quero passar
O resto do tempo
Sob a terra umedecida
Tendo a lápide
Os dizeres:
Não sei de onde vim
Não sei pra onde vou
Nada sou


APOCALYPSE 2.3

Se você não preparar seu coração
Ficará como eu
Num deserto de sal
Deserto sem sol
Sem clamor
Banhado pela dor
Perdido
Habitado pelo medo
Medo de ser esquecido
Esperando o fim
No abismo sem fim


APOCALYPSE 3.3

A dor ainda queima meu corpo
Apesar do tempo
Apesar do arrependimento
Que mesmo cortando o horizonte
Ainda não chegou
Nem mesmo o sangue
Que derramei
Amansará minha dor
A navalha ainda está acesa
E minha garganta está próxima
Do furacão que a cortará
Assim as rochas que protegem
Meu coração, e são fragéis
Irão desmoronar no meio da brisa
Iluminadas pelo luar da doce ilusão
Que o tempo levou
Pelo tempo que acabou

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

VAGO OLHAR DE MINHA MÃE E OUTROS POEMAS



Carla            -precisomeexpressar.blogspot.com

Carol          - walkingtotherainbow.blogspot.com

Eliane Regina - afenixquerenasce.blogspot.com

Eliane Regina - afenixquerenasce.blogspot.com

Fenix Cruz - fenixcruzengenholiterarte.blogspot.com


Ingrid - perfumesepalavras.blogspot.com


Maria - algarve-saibamais.blogspot.com

Marion -      marionentrelinhas.blogspot.com
Solbarreto - palavraspelocaminho.blogspot.com

Tere - tere-terepoesias.blogspot.com
Os selos são para todos os visitantes, é só pegar quantos desejar.

REGRAS
1 Postar e distribuir os selos indicando o link que te presenteou (http://ventosnaprimavera.blogspot.com)
2 Visitar os blogs dos selos
3 Ler e comentar os poemas, razão do blog existir

POEMAS DA JANELA  (Os poemas da janela são inspirados em lembranças de minha mãe, quando ainda estava entre nós e ficava a nos olhar pela janela)

VAGO OLHAR DE MINHA MÃE

Beiral da janela
Pintura vazia na tela
Triste sem ela

JANELA

Janela pro mar
Interior de solidão
Aperto no coração

VENTO VAZIO

Olhar no vazio
Vento que te aquece
E você esquece

PRO SEU OLHAR

Crianças brincam
De frente pro seu olhar
Mas ali não está

CIGARRO

Olhar na janela
Cigarro encostado
Dia frustrado

SALA DECORADA

A fumaça que soltou
Esconde o olhar triste
Na sala decorada

TRILOGIA DO VAZIO(Trilogia escrita em outubro de 2009, musicado pelo parceiro Sérgio Salles-Oigers )

VAZIO I

Vazio sem vida
Tesouro esquecido
Entre vidros moídos

VAZIO II

Tesouro vazio
Esquecido entre vidros
Da vida moída

VAZIO III

Tesouro da vida
Esquecido moído
No vidro vazio

TRILOGIA DOS CORPOS VAZIOS ( Haikais inspirados nos caminhos de vidas sem rumo, o acidente é apenas a metáfora de relações humanas onde vidas sem perdem)

CORPOS VAZIOS I

Corpos deitados
Asfalto quente sem rumo
Lágrimas que ficam

CORPOS VAZIOS II

Corpos são algemados
Liberdade cativa
Sonho sem vida

CORPOS VAZIOS III

Corpos vazios
Na solidão da estrada
Vidas frustradas

HAIKAIS E POEMAS CURTOS ESCRITOS EM DIVERSOS MOMENTOS
(Acredito que cada momento de inspiração seja único)

NÉVOAS

São apenas névoas
Que invadem o coração
E o tempo não leva

LUA DESOLADA

Nuvem que passa
Lua que ficou apagada
Só e desolada

PARTIDA

Apenas partiu
Nem mesmo um sorriso
Deixou pra lembrar

CORPO CELESTE

Corpo celeste
Cruzando o céu do deserto
Faça um pedido

ARREBOL

Sol que se deita
Tom avermelhado
No mar descampado

VIDRO FUMÊ

Sinto o olhar do vento
No ocaso do vidro fumê
Da janela do meu apartamento
É só a palidez do vento
Querendo viver
Querendo brincar de amar
Com meu isolamento

CONCHAS DO MAR

Ondas viajam
Trazem estrelas só para se olhar
Levam garrafas pelo mar
Levam sorrisos
Para aprenderem chorar

MAR CINZA

Mar cinza e nuvens
Solidão que aflorou
No dia que ventou

DESERTO EM FLOR

Deserto em flor
Árido como minhas
Flores do campo

LÍRIOS SOLTOS

Lírios soltos
Vento leva pra longe
Amor frustrante


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A POEIRA E O VENTO



A POEIRA E O VENTO

A poeira levanta-se com o vento
Traz na voz silenciosa da guitarra
Um pequeno lamento
Como a solidão nos olhos dos lobos
Quando fitam apenas o momento

Prefiro as ruas desertas
As folhas desgarradas
Das árvores pelo frio
Descobertas

Nelas tento me achar
E depois que todas as luzes se apagam
Lembrar o amor que ficou encolhido
Em baixo da mesa
No quadro negro
No retrato em negro

Há tempos que não vejo a primavera
Então procuro olhar pela janela
E fitar as flores apagadas
Pelas luas vagas
 Naufragadas

Levadas pelas ondas que beijaram a praia
Através do olhar solitário dos lobos
Que são miragens na poeira levantada
Pelo vento
Que tocou na guitarra
Um último lamento