Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

domingo, 3 de março de 2013

LINHAS




Eu saio pelo portão
Fico na beira do caminho e ninguém vê
Do outro lado tem um córrego
Onde os peixes brincam
De construir um lar

Eu sei que o caminho do portão
Até o córrego tem árvores
E as sombras estão ali
Para que eu possa descansar

O corte está no meu corpo
E nada poderá tirar
É uma marca que ficará para sempre
E não importa mais
Porque a rodoviária fica bem perto
E todo hora sai um ônibus para o oeste

Já li tantos livros
E vi tantos filmes
Por isso sei quer Dardo tem seu lado da floresta
E ali os pássaros são livres

Eu chego perto da janela
E ela está fechada
Nunca está aberta

Mas olho pela vidraça
E vejo que do outro lado
Tem um Van Gogh
Um Van Gogh

E eu sei que por mais que eu queira
Por mais que eu queira
Eu nunca estarei ali

No fundo
O arqueiro é encoberto pela fumaça
E a liberdade não existe em nenhum lugar
Nem em Vênus
E só ler Nuvens
Ou ler as palavras
Do Livro que há séculos está em todos os bancos de madeira

O dia passa
E a noite vem
Por mais que a moto
Percorra a estrada beirando o muro
Da linha do trem.

Arnoldo Pimentel

5 comentários:

  1. oi Arnoldo,

    fui de carona, e adorei...

    beijinhos

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  2. É preciso correr, fugir das linhas de nossas mãos, e buscar caminhos desconhecidos pelos nossos pés, pela nossa razão.

    Há muros colocados estrategicamente, é preciso derrubá-los meu amigo.

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  3. É PRECISO AMAR NOSSOS CAMINHOS TER CARINHO POR NOSSOS PASSOS POR NOSSOS RASTROS,PELO RIACHO PELOS ESPAÇOS QUE CAEM EM NOSSO CORAÇÃO EM UMA CANÇÃO AMEI SEU POEMA TÃO LINDO QUE TOCOU FUNDO MINHALMA UM ABRAÇO COM CARINHO SAUDADES DE VOCE MEU POETA AMIGO
    MARLENE

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  4. são tantos os caminhos
    tantas as escolhas...

    e eu nunca vi um Van Gogh

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