Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

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"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PEQUENO COMETA EM TROCADILHO NA VIA LÁCTEA QUE VI DO FAROL DE NOVA AURORA


PEQUENO COMETA EM TROCADILHO NA VIA LÁCTEA QUE VI DO FAROL DE NOVA AURORA
Este poema tem pequeninos trechos que lembram poemas de amigos do Gambiarra Profana 

Eu sei que não posso abrir a janela do ônibus
Por causa do ar condicionado
Apesar da chuva que cai
Bem aqui ao lado

Li algumas trovas de amor
Para tentar aprender a fazer
Apenas para te surpreender
Apenas para mostrar a você que aprendi a escrever
Que aprendi a sentir o amor como você
Como se sente e se vê

Mas acabei mesmo
Olhando o pequeno farol
Que ilumina o caminho da embarcação
Que me levará até os girassóis
Que camuflam seu coração

Por volta das 22 horas preciso ir embora
E tentar encontrar você
Na pequena ilha com casas nas árvores
Mesmo que não pare de chover
Poder olhar lá de cima até onde o mar se finda
Até onde a névoa me ensine a pintar a poesia que há
A olhar no seu olhar e pintar no azul do mar
Todo mel do seu meigo olhar

Vou ler Farol de São Tomé mais uma vez
E procurar as estrelas que embelezam meu mar
Do pequeno farol
Que me acolherá
Enquanto eu conseguir existir
Sem ter você por aqui

Tem horas que fico ouvindo as sonatas de outono
Que cobrem meu jardim de desejos com acordes
Feitos de flores
Flor de lis
Flor de lótus
Flor da pele
Flor da vida

Um dia vou procurar nos olhos
Ou nos versos do Curupira
E imaginar o que fazer
Para ter você

Quando ouço trovoadas
Atravesso a nado as cataratas do Niágara
Só para me esconder embaixo da escada
E esperar o cometa trocadilho aparecer
Ou quem sabe você me escrever

Hoje eu sei que o meu verde oliva
Foi apenas uma casa mata temporária
Uma trincheira agrária
Mas que me ensinou a olhar além dos olhos
Que são a porta do coração que queremos conhecer
Por isso eu sei o quanto o vilarejo Rangel me ensinou
O quanto aprendi a amar
Só depois dessa minha moradia passei a olhar
O horizonte que está depois do verbo sonhar
E que me levaria a perder o medo de navegar
Pelas trilhas da solidão
Para me encontrar

Eu sei que meu olhar percorreu estradas vazias
As imagens que enfeitavam minhas estradas eram apenas miragens
Que não tinham nada a oferecer
Além da ilusão de saciar a sede por alguns dias
Mas sem nunca conseguirem mostrar
A verdadeira utopia

Meu sentimento não é feito apenas do sentir
Mas também do beijo que a lua saboreou do sol
Apesar de estar tão longe, tão longe que o mar
Não conseguiu banhar depois da terra do fogo
E antes da cordilheira do meu pomar
Que foi feito apenas para te amar

As nuvens cinza sempre aparecem
No meio da noite tentando clarear o céu
Que vive cobrindo minha caminhada
Mas sei que quando eu entrar no ônibus
Na pequena e desolada parada empoeirada
Olharei nos olhos das nuvens e seus olhos azuis
Irão sentir que esqueci os dias que elas clarearam
Com  cinza pintado de azul frustrado

Talvez minhas angústias acabem
Quando o ônibus chegar ao meu princípio
E eu olhe nos olhos da estrada do meu destino
Que poderá estar abrindo o caminho
Para eu viver o amor que me foi prometido

21 comentários:

  1. Que bela sensibilidade, a espera desta condução que leva ao coração, beijos amigo e semana de paz.

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  2. Sintonia perfeita.
    Um bj querido amigo

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  3. Arnoldo,
    temos paradas e caminhos.. vida no coração...
    e tudo é tão breve..
    lindos versos..
    beijos.

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  4. lindo poema...nos faz sonhar!!

    bjinhus...

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  5. Se vc aprendeu a sentir o amor como ela, já valeu à pena! Gostei muito.
    Beijos poeta.
    Sarah Micucci (esritora)
    http://imperiodosdeuses.blogspot.com/

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  6. a sensibilidade deste poema mexe com meu coração que fica batendo no compasso das ondas do mar..
    lindo!

    bjs.Sol

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  7. Olá!
    gostei muito de todos os versos,mas principalmente destes.

    Li algumas trovas de amor
    Para tentar aprender a fazer
    Apenas para te surpreender
    Apenas para mostrar a você que aprendi a escrever
    Que aprendi a sentir o amor como você
    Como se sente e se vê


    Beijos,
    Mara

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  8. Que bom que você veio! É sempre uma alegria tê-lo aqui. Obrigado!
    Trouxe luz... para mim.
    Saudades de teu belo trabalho.
    Adorei o poema, o percurso que fazemos para chegar ao amor prometido.
    Parabéns, adorei!
    Me fez muito bem!
    Escreva mais!
    Linda noite para você e tudo de bom sempre.

    Gratidão por tudo.

    Beijo em tua alma.

    Marion

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  9. Arnoldo, que bela inspiração, teus versos são cheios de sensibilidade.
    Um abraço

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  10. Imagino como foi essa viagem, o olhar buscou o que ficou pequeno para dar em uma estrada que levou ao sonho.

    Beijo

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  11. Lindos versos.As flores são tão lindas, adorei o trecho que tu fala nelas.
    Beijosss

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  12. Muito lindo, Arnoldo. A vida é uma grande viagem, e, em cada parada, há grandes aprendizados e testes...

    Queria que alguém também me escrevesse poesias assim... risos... Quem sabe, algum dia?

    Olhe, vim colher os selos que me ofertou faz algum tempo. Mais uma vez, peço desculpas pela demora... As coisas têm melhorado, graças a Deus. E eu tenho procurado separar as coisas e não deixar mais que os problemas "de fora" acabem interferindo tanto no meu comportamento em relação aos meus blogs. Enfim, estou me esforçando para aprender.

    Bju! E valeu pelos selos!

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  13. Arnoldo tem tantas janelas na vida fechadas em forma de empecilhos que as vezes não podemos abri-las.
    Linda poesia ótima tarde pra ti bjs.

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  14. Este é pra cantar! E pra ter vertigem depois: uma beleza!
    Beijos,

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  15. Texto precioso. Que lindo, Arnoldo. Tecido com maestria. Beijos encantados e comovidos!
    Adorei!!

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  16. Nossa, aplaudo de pé. Lindo poema todinho de sentimento, todinho de amor. Maravilhoso. Vc é um grande e sensível poeta. Orgulhosa por ser sua amiga. Grande bjo

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  17. Olá Arnoldo
    Maravilhoso!!!!!
    Não sei qual a quadra que mais gosto.
    Parabéns!!!!
    Um abraço

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  18. Bom dia Arnoldo!!

    Belíssimo!!Tanto amor num estante...eterno e sublime...

    Amei!
    beijos
    Boa semana!

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  19. Arnoldo,


    E que o amor prometido nos chegue ...

    Sempre lindos e cheios de magia , seus versos.


    Bjo e um Dia de Paz ...

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  20. "E esperar o cometa trocadilho aparecer
    Ou quem sabe você me escrever".

    Ai como é bom amar assim! (:

    Abraço!
    E vamos confiar na vida!

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  21. Que bela viagem amigo, que sonho de viagem, adorei ler e reler este poema. Beijos amigo e bom dia.

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