Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MÁRCIO RUFINO (Homenagem ao poeta e amigo)



Márcio Rufino nasceu em São João de Meriti(RJ)e mora em Belford Roxo (RJ)
Bacharel em Administração e licenciado em História pela UNIABEU (Belford Roxo)
Atuou como agente cultural no projeto Bairro-Escola do município de Nova Iguaçu (RJ)
e como monitor no projeto Mais Educação do Governo Federal.
A partir dos anos 2000 passou a divulgar seus poemas em sites culturais e literários como Jornal de Poesia, Overmundo, Recanto das Letras, Veropoema, Garganta da Serpente,Poetas del Mundo.
Em 2008 fundou com Ivone Landim, Dida Nascimento, Jorge Medeiros entre outros poetas da baixada fluminense o grupo Pó de Poesia.

Livros

Doces Versos da Paixão 1998 Editora Litteris
Emaranhado Ainda não editado

Peça teatral

Che Guevara de John Vaz

Site
http://emaranhadorufiniano.blogspot.com
http://po-de-poesia.blogspot.com
www.myspace.com/gambiarraprofana

Grupos de Poesia
Pó de Poesia
Gambiarra Profana



Eu o considero um dos melhores poetas que conheço, não só pelos poemas, contos e outros textos, sempre refletos de inspiração e altamente profundos, mas também por sua forte presença ao declamar, dando vida à poesia, mas também a sua dedicação, não medindo esforços para que a poesia sempre esteja presente na vida das pessoas.

RUMO À SOLIDÃO
Autor: Márcio Rufino

Não diga o que eu devia fazer.
Só escute, se for capaz, as minhas palavras mudas.
Ouça, se for capaz, a dor que eu sinto sem gemer.
Sinta, se for capaz, o segredo que eu tenho sem nunca sabê-lo.

Não diga que tudo irá dar certo
sem antes me apontar o caminho mais curto para a solidão
e não diga
que a solidão não existe,
pois é, na verdade,
o próprio caminho a se trilhar.

Eu já não tenho mais nada a fazer
a não ser atravessar essas portas fechadas
e chegar ao outro lado
com aquela falsa sensação de vitória.

E não há uma vitória sem uma gota de lágrima
mesmo que seja invisível.
E não há uma gota de lágrima sem uma dor
mesmo que seja fraca.
E não há uma dor sem uma mágoa
mesmo que seja esperada.
E não há mágoa sem a morte de qualquer coisa que se amava
mesmo que não seja física.

E o meu próprio-amor-próprio
é a invisível e fraca espera do não físico
do abstrato e diluído no espaço
que está por trás daquilo que é sólido.

E o que é a solidão
a não ser esse ser não sólido
que vive a nos espreitar
num canto da sala?

Mas não há um amor-próprio sem um egoísmo
mesmo que seja domado.
Mas não um egoísmo sem uma raiva
mesmo que seja calma.
Mas não há uma raiva sem um desejo de destruição,
mesmo que seja tolerante
de tudo aquilo que é humano.

E a minha tristeza
é o tolerante e calmo domínio
que tenho sobre tudo aquilo
que é desumano em mim.

E o que é o caminho
a não ser essa estrada insegura e torta
sobre o tapete colorido da sala?

Não esperava essa agressividade
em tua cara.
Não contava com esse pouco caso
em teus olhos.
Não aguardava essa arrogância
em tua casa.
Não pressentia essa decepção
em meu peito.

Agora deixe despedir-me de tudo aquilo
que é vibrante e claro em sua essência
para que não haja nenhuma saudade
do que eu não tenha visto nesta descendência.

E assim sigo rumo à solidão
que não é depressão
e sim o som de uma densa música
e seu refrão.
E assim sigo rumo à solidão
que não é suicídio
e sim a esperança de uma longa felicidade
e seu início.

RUMO À SOLIDÃO(Inspirado em Rumo à Solidão de Márcio Rufino)
Autor: Arnoldo Pimentel

Rumo à solidão
Sem vento pra refrescar
Sem medo de voar

2 comentários:

  1. Queridos amigos Arnoldo e Márcio,


    um poema intenso, forte e todo sentimentos. Uma bela e justa homenagem ao poeta brilhante que é Márcio Rufino. Um duo de excelentes poetas.

    Carinhoso beijo e ótimo fim de semana.

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