Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)
"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)
"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)
domingo, 28 de março de 2010
POEMA SEM OS VENTOS QUE FORAM PRA LONGE
POEMA SEM OS VENTOS QUE FORAM PRA LONGE
Todo dia tento buscar um novo rumo
Tento pintar nas paredes os versos que não escrevi
E os sonhos que não sonhei
Enquanto seguia pela estrada de poeira
Todo dia quero visualizar meu poema
Aquele que não escrevi porque não olhei
As gotas de água que escorriam pela parede
Depois que a chuva encontrou o estio
Todo dia tento ver você através do olhar
Na esperança de buscar o vale encantado
Mas as tormentas na minha nascente
Não deixam as palavras irem ao seu encontro
Todo dia procuro andar sozinho
Esperando o sol molhar o seu rosto com o suor
Que a vida tem deixado na desesperança
E nos arredores do meu coração dilacerado pelo tempo
Todo dia espero o anoitecer chegar pelo horizonte
E aos poucos ir tomando forma entre meus arbustos
Que eram verdes até que a primavera chegou e passou
Levando para longe os ventos que me faziam respirar
sábado, 20 de março de 2010
BRINCAR DE POESIA
BRINCAR DE POESIA
Um dia sonhei em brincar de poesia
Pensei em inventar coisas
Tipo amor
Tipo nostalgia
Um dia tentei descobrir o que era o mar
Tentei brincar de amar
Imaginando que seria só fantasia
Amar na poesia
Um dia pensei em sentir o perfume das flores
Viver sem sentir dores
Um dia tentei viver
Esquecer que queria morrer
Um dia quis saborear o néctar
Cortei-me nos vidros
Sangrei sem ser ouvido
Um dia vou dizer adeus
Adeus pra minha poesia
Vou deixar de amar
Deixar de chorar
Um dia esquecerei
De me olhar
De me ver passar
Um dia vou deixar de brincar de poesia
E vou morrer para essa vida
Sem sonhos
Nem fantasia
Vou morrer pra poesia
sábado, 13 de março de 2010
POESIA E A FLOR
POESIA E A FLOR
(Homenagem ao dia poesia)
Eu queria inventar uma flor
Mas que tivesse seus olhos
Que tivesse sua brisa
Que tivesse seu calor
Eu queria inventar uma poesia
Mas que fosse meiga como uma flor
Que fosse delicada como seus versos
Que fosse uma poesia feita de ilusão
Como a flor do coração
Eu queria inventar uma flor
Que saciasse a sede no riacho de água pura e cristalina
Que tivesse assim pétalas de cristais
Que tivesse botões com pontas de estrelas
Que não sofresse com a dor
Que fosse feita de amor
Eu queria inventar uma poesia
Como se inventa uma flor
Mas que não tivesse espinhos
Que tivesse apenas carinho
Eu queria ser uma poesia
Que colorisse sonhos
Para espalhar uma paisagem
Iluminada por todas as flores
Nos seus sonhos
No fundo
Eu apenas queria
Ser só uma flor de poesia
Que nada mais inventasse
Que nada mais precisasse
Além de enfeitar o seu dia
segunda-feira, 8 de março de 2010
POESIA SEM LADOS
POESIA SEM LADOS
Minha poesia se desencantou
Como o mamão maduro que caiu
No chão molhado pela chuva ácida
Maduro
E sem futuro
Minha poesia não é mais encanto
É o pranto
Que foi iluminado na paisagem sem lados
Sem o azul céu
Sem gotas de mel
Minha poesia voltou para o gueto
Onde viu os pombos desalinhados
Procurando caminhar descalços
Sem saber escrever um soneto
Minha poesia morreu
No meio da vastidão sem palco
Sem campo para pousar
Sem corda para se enforcar
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