Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)
"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)
"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)
quarta-feira, 28 de julho de 2010
CLAMOR NO DESERTO
CLAMOR NO DESERTO
Sou como a voz
Que clama no deserto
Olho em todas as direções
Não encontro Você por perto
Imploro que me ouças
Que ilumine meu caminho
Não tenho a pomba branca
Não tenho como caminhar sozinho
Minhas pontes são feitas de chagas
Não sou feliz por estar aqui
E sem Você
Sou apenas nada
Minha tormenta é não ter onde me amparar
Não encontrar Sua fortaleza para me guardar
Andar pela escuridão sem encontrar Sua mão
Não saber como nem onde Te entregar meu coração
segunda-feira, 26 de julho de 2010
ILHA DA VIRGEM MAGRA
ILHA DA VIRGEM MAGRA
Na noite do meu desespero
Amarrado ao tronco
Sinto as dores e as marcas da chibata
Enquanto as névoas levam meu barco
O barco da minha liberdade
Que entre névoas ganha o mar
Lágrimas cativas escorrem pelo meu rosto
Enquanto as névoas acabam por me afogar
Névoas que são chicotes
Sede sem holofotes
Corpo a sangrar
Liberdade perdida que ganha outro mar
São apenas névoas
Que invadem o coração
Névoas
Que o vento não leva
Névoas que embaçam
Meu canto
Escondem minhas dores
Naufragam meus amores
Névoas que habitam meu lago
Que abrem feridas
Que passeiam pelo meu corpo
Quebrando todos os meus cristais
São apenas névoas
Que camuflam meu horizonte
Que levam pra longe meu bem querer
Delírio do meu viver
São apenas névoas
Que o vento não leva
domingo, 25 de julho de 2010
DIA ESCURO
DIA ESCURO
Autor: Marcio Rufino
Na manhã estranha
De tardes tacanhas
Saio com o dia escuro
Embaixo de nuvens negras
Entre as luzes ainda acesas
No infinito ainda o reflexo
Da queda do último relâmpago
As marcas da tempestade
Que escureceu todo meu âmago
Nada impede que eu ande
Entre casas sem muros
De mármores escuros
A ventania soprando mundo afora
Talvez eu quisesse ter alguém
Do meu lado agora
Na primeira esquina
Cruzo com o sorriso aberto
De uma criança escura
Que clareia toda a rua
Que esclarece toda dúvida
Ninguém sabe o que se passa dentro dos aviões
Dos carros, ônibus e caminhões
Que param e passam
Que dão passagem e atropelam
Passam por cima e salvem
E deixam morrer na estrada molhada de chuva
Nem por dentro da cabeça das pessoas que não sabem
Que o sorriso largo da criança
Perante o dia escuro
É tão contraditório
Quanto vôo da ave de rapina
Pelo céu e mar limpo
Entre o sol mais que vivo
Dias escuros, noites claras
Manhãs violentas, tardes lentas
Amores aflorando, ódios sangrando
Corpos transando, cabeças rolando
E o dia escuro cresce
Assim ele aparece
Assim ele se determina
Assim ele domina
O olhar dos que vêem seus filhos
Irem à escola em capa que os protegem da chuva
Mas não do frio
O olhar dos adolescentes mortos de tédio
A perda da vida das cores das tintas
O triste impulso sem graça do céu cinza
O fraco aspecto de ternuras sem carícias
Os cruéis detalhes das últimas notícias
Dos jornais, das revistas, nas bancas, livrarias
A velha que escorrega
Caindo na lama
Os corpos que batalham
Desejando ainda estar na cama
Comanda os pensamentos poluídos dos homens do mal
Que guardam o sexo na cabeça e as idéias no pau
O fundo do coração das moças de mente vazia
Que fazem bebês assim como fazem comida
A teimosia das aves que não se cansam de voar
A bravura das árvores que insistem em respirar
Talvez o mistério da noite venha esconder o medo no olhar
Mas a realidade é má e tão fácil não irá nos desvencilhar
E o negro do sorriso da besta
Cobrirá o branco da lua
Como a urina do bêbado
Escorrendo da calçada para a rua
Se é doce morrer no mar
É amargo morrer no asfalto
Não vale morrer de enfarte
Depois de escapar do assalto
Nos motéis, os debates do ego
Que se fingem de sexo
Com certeza se acirrarão
Só que eles nunca saberão
Que nas minhas mãos está a solução
Da limpeza de toda podridão
Que toda mentira possa sujar
Mas não se percam nas confusas palavras desses versos-pensamentos
Pois o dia escuro, como um pesadelo
Sucumbirá nem só acinte
No despertar do nascer do sol do dia seguinte
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quarta-feira, 21 de julho de 2010
MARIPOSA IMPERIAL
MARIPOSA IMPERIAL
Autora: Silviah Carvalho
A natureza nos trás surpresas, gosto muito de admirá-la, fauna, flora nos trás conhecimentos
Que não teríamos no cotidiano urbano, vale a pena guardar um tempo para assistir espetáculos naturais.
Há um fato curioso a respeito da mariposa imperial: ela sai do casulo por uma abertura que parece pequena demais ao seu corpo. E, interessante, não deixa vestígio de sua passagem:
Um casulo vazio é tão perfeito como um casulo ocupado, segundo se supõe a exígua abertura
Desse casulo é uma provisão da natureza para forçar a circulação dos humores nas asas da mariposa, asas que ao tempo da eclosão são menores que as de outros insetos congêneres.
Guardado por algum tempo um desses casulos, que tem uma forma cilíndrica interessante e que estava ocupado, eu anelava por ver chegar o dia da saída do inseto. Finalmente o dia esperado chegou: e lá fiquei eu uma manhã inteira, interrompendo a todo instante todo o meu serviço, para observar a trabalhosa saída da mariposa.
Ao meu entender, aquela saída estava difícil demais! Pensei que talvez fosse por ter o casulo ficado tanto tempo fora do habitat natural, quem sabe em condições desfavoráveis. Podia ser que suas fibras tivessem ressecado ou enrijecido. E agora o pobre inseto não teria condições de sair dali.
Depois de muito pensar, arvorando-me em ser mais sábia e compassiva que o seu Criador, resolvi dar-lhe uma pequena ajuda. Tomei uma tesoura e dei-lhe um pique no fiozinho que lhe embaraçava a saída. Pronto! Sem mais dificuldade, saiu a minha mariposa, arrastando um corpo intumescido.
Fiquei atenta e curiosa para ver a expansão de suas asas encolhidas, o que é um espetáculo admirável aos olhos do observador. Olhava curiosamente aqueles minúsculos pontos coloridos, ansiosa por vê-los dilatarem-se, formando os desenhos que fazem da mariposa imperial a mais bela de sua espécie. Mas, nada... E o fenômeno, nunca se deu! Na pressa de ver o inseto em liberdade, eu havia, sem saber, impedido que completasse o laborioso processo que estimularia a circulação nos minúsculos vasos de suas asas! E a mariposa, criada para voar livremente pelos ares, atravessou sua curta existência arrastando um corpo disforme, com asas atrofiadas.
Alem de ter agido incorretamente, esse ocorrido me levou a outra dimensão, aquela que nos traz uma experiência extra, a de se colocar no lugar da vítima, e quem ou o que seria nosso algoz?
Recentemente me fizeram a seguinte pergunta: “você é feliz?” ao que respondi felicidade não existe, o que existe são momentos felizes, ninguém é totalmente feliz ou infeliz, às vezes falta tão pouco para sermos felizes, como faltava pouco para minha mariposa voar e eu lhe interrompi a vida e a felicidade de poder voar e encantar a muitos.
Assim, percebo que as pessoas entram em nossas vidas a fim de “interromper” nossa solidão e nem imaginam o prejuízo que nos causam, a solidão, a tristeza fazem parte no nosso crescimento, moldam nosso caráter para melhor ou pior.
O ser humano tem o costume de atropelar o tempo destinado a cada processo de suas vidas: invade um a vida de outro e se perde na hora de consertar os próprios erros diante do estrago causado por atitudes incoerentes.
Eu, nada mais podia fazer pela mariposa, além de vê-la definhando, a natureza a colocou no meu caminho ou eu no caminho dela? Por certo, a resposta veio da própria natureza, ela minguou em minhas mãos, eu estava no caminho dela.
Deixemos a vida e a natureza seguir o seu curso, aquilo que não cabe a nós, deve não nos interessar, a nossa curiosidade pode surpreender nossas expectativas e nos tornar assassinos de vítimas vivas, destruidores de sonhos, exterminadores de vidas sentimentais em reconstrução.
Guardemos em nós nossa vã curiosidade, que pensamos não poder controlar, ou seremos covardes despertando sentimentos que não temos a intenção de sustentar.
Há uma porta de entrada na vida e no coração das pessoas, devemos bater e pedir permissão para entrar, pois não há saída, quebrar essa porta é determinar uma sina, depois é só parar assistir o espetáculo: vida ou morte, e você passa a depender da própria sorte.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
GIRASSÓIS DA AMIZADE
GIRASSÓIS DA AMIZADE
Os girassóis não pintaram seus cabelos
Mas tocaram os seus olhos com harmonia
Traduzindo em brilho
Uma linda melodia
Melodia como o carinho do seu coração
Simples e harmoniosa
Como as flores do campo
Como todo seu encanto
Os girassóis não pintaram seus olhos
Pintaram bondade
Pintaram humildade
Os girassóis pintaram seu coração
Com as cores da felicidade
Com as cores da amizade
SELO PRÊMIO DARDOS
É com muito orgulho que recebo o prêmio DARDOS, oferecio pelos blogs amigos
http://ciaatemporal.blogspot.com
http://samdesnuda.blogspot.
e ofereço aos blogs abaixo:
http://umcoracaoqueama.blogspot.com
http://ka-anjodanoite.blogspot.com
http://abundante-mente.blogspot.com
http://preciosamaria.blogspot.com
http://janefreitas.blogspot.com
http://artemundogabriela.blogspot.com
http://portaldabruxa.blogspot.com
http://po-de-poesia.blogspot.com
http://minhaalmaepoesia.blogspot.com
e a todos os outros blogs amigos.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
PESCADOR DE SONHOS
PESCADOR DE SONHOS
Tudo passou na hora que desbotou
Na hora que deixou de ser
Quando a maresia trouxe o outro lado da cor
O outro lado da dor
Tudo passou na hora que tinha que partir
Partir para o nevoeiro
Partir pra solidão do mar
Partir sem saber se iria voltar
Iria apenas partir
Não importava se iria ou não pescar
Importava sim
Poder se descobrir
Não importava se a dor que sentia era feita de flor
Ou se amargas lembranças iriam voltar
Só queria mesmo era partir para o mar
Só queria olhar para o horizonte e se entregar
Viver uma aventura para se esquecer de amar
Não importava se iria encontrar um marlim
Ou apenas sorrir para as estrelas ao invés de chorar
Ao invés de querer desistir de sonhar
Talvez fosse mesmo outro velho em busca do mar
Ou apenas um jovem velho que não soube amar
Que não soube pescar na beira da praia
Que nem mesmo saboreou uma raia
A lua secou
Secou sem lágrimas para desabrochar
Secou sem poder olhar os olhos que queria abraçar
Secou sem seus encantos poder mostrar
Sem ver o sol que queria amar
Tudo acabou
Acabou na hora que a flor sem orvalho suspirou
Na noite que seu mar secou
Nos olhos que ao olhar serenou
Na única noite que amou
Talvez fosse mesmo um velho jovem que estava partindo
Ou um velho que viveu sua breve vida sorrindo
Mas que se esqueceu de tentar naufragar
De se agarrar a tênue vida que a solidão nos dá
Que se esqueceu de lembrar que para viver
Era preciso brincar
De sonhar
De viver para amar
sábado, 10 de julho de 2010
SELO DA SAM
Este selo é um presente da minha amga SAM(Sarinha Freitas)amiga e companheira do grupo po-de-poeisa e fiquei muito feliz pelo presente e vou repassar para os amigos abaixo.Blog da SAM http://sentimentos-sam.blogspot.com
http://umcoracaoqueama.blogspot.com
http://salvai-vosdestageracaoperversa.blogspot.com
http://ka-anjodanoite.blogspot.com
http://cadernodepoesiaskarinaaldrighis.blogspot.com
http://gritosesussurros.blogspot.com
http://imagesandphrases.blogspot.com
http://palavraemvao.blogspot.com
http://brunapenasso.blogspot.com
http://abundante-mente.blogspot.com
http://mikaelepensamentos.blogspot.com
http://chaebolachas.blogspot.com
http://emapretoebrancoouacores.blogspot.com
terça-feira, 6 de julho de 2010
OUTRA MARGEM DO RIO
OUTRA MARGEM DO RIO
Não existe quase nada em volta
Não existe uma cabana para se abrigar
Para se esconder do mar
Nada que seus olhos possam tocar
Existe a desolada imagem do deserto
Vento soprando a terra árida
Tocando com seu assobio cada olhar do lince
Cada verso triste
Ao longe passa um rio que está seco
Como todos os galhos sem vida
No entardecer triste do outono
Como a vida que tem como sinônimo o abandono
Só se ouve o soprar do desalento
A dor desfigurada pelo vento
Solitário como lobo desgarrado e sedento
Como a fresta que se perdeu no tempo
Não existe quase nada na outra margem do rio
quinta-feira, 1 de julho de 2010
VULTO FERIDO (TRILOGIA DO BAR)
VULTO FERIDO
É ali que me sinto feliz
Entre um drink e outro
Nasce minha poesia
Esqueço a amargura do dia
É ali que me encontro
Que me desencontro
Que deixo garrafas partidas
Que vivo minha vida sem vida
Sou apenas um vulto no bar
Um vulto que não serve para ninguém amar
Um vulto que só sabe chorar
Sou um vento que passou na mesa do bar
Um vento que não toca nem a flor
Um vento que nasceu sem cor
Sou um vento ferido
Um vento ferido que não sabe amar
Que não sabe soprar
Na direção do mar
ANJO CINZENTO (TRILOGIA DO BAR)
ANJO CINZENTO
Talvez a noite não seja estrelada
Não tenha um céu cinzento
Mas tenha um licor na mesa do bar
Para que aqueça um pouco o relento
Os olhos já não sabem dos anjos
Não medem pontes
Não querem se esconder da chuva
Ainda sonham com a fada escondida na fonte
Talvez o bar seja apenas outro lar
Onde possa esconder a tristeza
Até a saudade passar
Talvez a vida esteja mesmo na mesa do bar
Nos olhos que já não querem sonhar
No coração que já não pode amar
OCASO DE UMA VIDA (TRILOGIA DO BAR)
OCASO DE UMA VIDA
A garrafa ficou vazia
Sobre a mesa do bar
Não tem nada na vida
Não aprendeu a amar
Está sem cores
Perdeu seus pudores
Enquanto tentava ajeitar a gravata
Apenas para se enfeitar
As ruas estão cambaleando à sua frente
Esqueceu os dormentes
Que usaria para poder se deitar
Seu sol não vai nascer
Seu corpo esgotado vai estremecer
Enfim, vai cair e não mais viver
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