Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Livro da Rosilene Jorge dos Ramos



Para adquirir o livro da poetisa Rosilene Jorge dos Ramos entre em contato
Gambiarraprofana.blogspot.com

quarta-feira, 25 de abril de 2012

LUAR ATRÁS DO MONTE



Sem Você
Eu não sei o que seria de mim
Não sei até onde vai
O horizonte do deserto de Sonora
E não conheço as grutas
Onde se escondem as luas
Nas noites sem lua

Ontem passei a madrugada inteira
Assistindo “O Velho e o Mar”
E procurei em suas entrelinhas
Os atalhos que existem nos mares
Para se chegar até a fonte dos sonhos
Onde os mares e a solidão se encontram no entardecer
Onde as pegadas que deixamos na neve
Não se apagam

Para mostrar que nossas vidas não são em vão
Mesmo que tudo passe
E o tempo se acabe
Atrás do monte

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ADAGAS EM VOLTA DA MESA


Eu também sou apenas
Um contador de histórias
Ouvindo o Dylan
Nas tardes de insônia

O Dylan sempre me trouxe
Uma sensação de liberdade e prisão
Muito grande
Posso estar aqui ou ali
Ou no mesmo lugar sem estar

A escola dominical ensinou-me apenas
Que tenho que esquecer o dia anterior
E isso eu sempre soube
Apenas não me desgarro desse dia anterior

O dia anterior é minha história
Não adianta eu fingir que não aconteceu
Fazer o mundo esquecer
Que um dia eu fui eu

Prefiro gritar a me calar
Soltar minha acidez na rua
Do que entregar minha pele
Minha aridez é crua
Minha áurea é livre
E sua cor é nua

Arnoldo Pimentel

quarta-feira, 11 de abril de 2012

EM NOME DE DEUS

Era manhã de sábado com sol forte, Carlos parou em frente a porta da sala e entrou
- Bom dia – disse para as duas colegas de setor
- Bom dia – responderam as colegas
Passaram uns cinco minutos e o telefone tocou, ele atendeu.
- Oi, bom dia, tudo bem, já iremos – disse ao telefone e virou para as colegas de setor.
- Estão nos chamando na outra sala, e pediram para levarmos nossas Bíblias.
As colegas se levantaram e foram para uma das outras salas da empresa, entraram e já encontraram outros colegas reunidos.
- Podemos começar ou falta alguém? – disse Sônia, que era a responsável.
- Falta a telefonista – disse uma das funcionárias
Sônia pegou o telefone e discou o ramal
- Você vai subir? – Perguntou, ouviu a resposta e desligou.
- Ela está subindo – disse para os presentes.
A telefonista entrou na sala, ao todo eram oito pessoas presentes.
Sônia tomou a palavra e disse para todos:
- Já trabalhamos juntos uns quatro meses, então eu, a Norma e a Lúcia que já nos conhecemos da matriz e frequentamos a mesma Igreja pensamos em fazer todos os sábado uma oração para louvar e agradecer a Deus por nossa semana de trabalho.
Todos acharam que seria muito bom.

- Todos estão com a Bíblia? – Perguntou Sônia
- Sim – um dos funcionários respondeu
- Vamos fazer um círculo para começarmos, e seremos breves.
As pessoas formaram um círculo, cada um com sua Bíblia.
- Estamos aqui em nome do Senhor, começaremos com o “Pai Nosso”, depois eu farei uma oração para dar início, depois o Batista, depois quem desejar e para terminar a Lúcia fará uma oração.
- Sônia,  posso fazer uma pergunta antes de nós  começarmos?  – Perguntou um dos funcionários.
- Claro Carlos – Respondeu Sônia
- Nós nos conhecemos a bastante tempo, apesar de trabalharmos juntos apenas uns quatro meses, somos oito nesta sala e todos frequentamos a Igreja, cada um a sua, e todos somos iguais perante Deus, correto? – Perguntou Carlos
- Sim, correto, somos todos filhos de Deus e a Ele devemos louvar – Respondeu Sônia.
- Então me responda por que a nossa colega e o nosso colega da sala ao lado, que são pessoas muito boas, e são ótimos profissionais não foram convidados a participar – Disse Carlos.
Todos fizeram silêncio.
- Se foi esquecimento eu os convido – Disse Carlos.
Depois de alguns segundos a Sônia respondeu:
- É porque eles devem estar muito atarefados.
- Olha, eu não vejo motivo para eles não serem convidados, todos nós estamos muito atarefados, prefiro achar que foi esquecimento e vou convidá-los – Disse Carlos
- Carlos – Disse Lúcia.
- Sim Lúcia pode falar – Disse Carlos
- Melhor não convidar, como a Sônia disse, eles devem estar muito atarefados.
Carlos olhou para todos e ouviu o silêncio, esperou uns segundos e disse:
- Bom, se é assim, eu também não poderei participar, voltarei para minha sala, pois estou muito atarefado.
Depois virou as costas e saiu.

Arnoldo Pimentel

Se você quer ler uma poesia bem diferente e de originalidade, conheça a poesia hermética dadaísta de Sérgio Salles-Oigers.
Sérgio Salles-Oigers é editor da Gambiarra Profana, poeta,compositor hermético dadaísta de plantão,  se desejar siga o blog e comente.
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quinta-feira, 5 de abril de 2012

ARAMES

Minha poesia é cheia de lugares comuns
Com alguns quadros espalhados
Dias quase sempre nublados
Tijolos comuns assentados

Ela navega bem longe da filosofia
Pega algum violão emprestado
Às vezes sorri, às vezes chora
Às vezes tenho vontade de ir embora

De caminhar mundo a fora
Pegar carona numa música
Que me faça bem ao ouvir

Minha poesia é como folha solta no vento
Rasgada pelos arames farpados
Por muros que escondem o outro lado

Arnoldo Pimentel
 

Amigo(a) se ainda não teve a oportunidade de ler minha entrevista no blog da Anne Liere, visite o link abaixo


http://recantodosautores.blogspot.com/2012/02/recanto-entrevista-arnoldo-pimentel.html