Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

FAROL DE SÃO TOMÉ (Fabiano Soares da Silva)

                                               Fotografia de Rosilene Ramos

                                            
                                     Assista o vídeo do Fabiano declamando poesias



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HTTP://fabianopoe.blogspot.com

Algumas publicações:
·        Evento da Vida, 1995;
·        Et Coetera, 1996;
·        Fonte da Rosa, 1996;
·        Poema Pequeno, 1997;
·        Agridoce, 1999;
·        O quê da Poesia, 2000;
·        Pedras & Poesia, 2001;
·        O Pão e a Fome, 2002 (coletânea poética);
·        Se Eu te Disser Um Poema, 2003;
·        Ferrugem no Papel na Alma e no Ar, 2004;
·        Da Sala de Aula ao Olho da Rua, 2006;
·        Pequeno Livro de Poemas, 2009;
·        A Borboleta-Azul, a Mariposa e o Gafanhoto, 2010.
    Cada Passo Um Pedaço, 2011


                                                 FAROL DE SÃO TOMÉ

Haverá sempre um farol
Seja aqui, seja em qualquer lugar
Para iluminar,
Quando a noite chegar
E o inverno partir,
Para teu sorriso expandir.
A luz do sol por um triz
Não brilha mais que teus olhos.
Súplicas de quem não quer mais nada
Que apenas ser feliz.
Mas quando a noite chegar
E à deriva o pensar,
Devagarzinho se aproximar,
Haverá sempre um farol
De braços abertos a te dar
O porto seguro.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

BALADA DESPEDAÇADA









                                                    BALADA DESPADAÇADA

Há tempos que estou aqui
Ouço apenas as sílabas do vento
Formando palavras para aliviar
Toda dor que existe nesse lugar

Meu sorriso ainda tem um toque de melancolia
Meu canto é triste feito folha seca
Que vaga nesse jardim vazio
Sem ter onde pousar

Sem ter nuvens para se abrigar

Vejo apenas o vácuo depois do arame farpado
E as sombras que insistem em viver ao meu lado

Meu número está marcado na minha carne
Meu capítulo é aquele que ninguém quer ler
Mas dizem no campo que tenho que pagar o pedágio
E seguir um único caminho para atravessar a cerca de arame
E poder me salvar

Meu corpo é a minha cruz
Posso estar pálido por dentro,  mas preciso me maquiar
E apesar das roupas listradas ninguém poderá me apontar

Quero acreditar que as ondas que trazem o azul
Que cobrirá a palidez do cinza
Seja o amor que poderei abraçar
Seja o amor que irá me purificar

Que não seja apenas miragem
Enfeitada de rosas
Feitas para me iludir
Até o nada chegar

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CRUZES FINCADAS NAS MASMORRAS DO CÉU





                           CRUZES FINCADAS NAS MASMORRAS DO CÉU

Eu vi tudo em preto e branco
Até mesmo minha calça jeans
Mas não vi a paz que dizem existir acima do quintal
Além de onde posso olhar
Não vi paz no quintal

Vi a câmera do Truffaut percorrendo as ruas e as luas

Tem crianças sorrindo correndo em direção ao paraíso
Tem crianças do outro lado da rua chorando
Tentando encontrar seu paraíso nos sacos de lixo

Os edifícios que me acolhem são apenas metáforas das chibatadas
Que irão marcar minhas costas e minha alma

E nossas preces vagam pensando apenas em si
Aprenderam assim
Nossos copos de whisky sobre a mesa só pensam em si, em se divertir
E a lua fecha os olhos e vira o rosto
Pra não ver seu reflexo no espelho
Pensando apenas em si
E as crianças que não se olham
Vivem no seu paraíso
Umas sorrindo, outras colhendo o lixo
Aprenderam assim

sexta-feira, 8 de julho de 2011

ARREDORES SEM GUEVARA PARA ACREDITAR





                            ARREDORES SEM GUEVARA PARA ACREDITAR

Não sei porque o litoral é tão aceso e minhas velas são tão apagadas
Queria partir na minha motocicleta pelas neves que entorpecem minha liberdade
E impedem que eu desbrave os interiores da minha vida
Os para-peitos de minhas pontes estão se desfazendo com o tempo

Queria que meu sol andino inspirasse o canto do condor que sobrevoa minha terra
Enquanto tenta vislumbrar meus corpos escondidos na solidão desaparecida
E encerrar os dias de devoção à liberdade entre trovas do violão dilacerado
Pela angústia atingida no meio do caminho iniciado na juventude

Estamos sempre procurando os caminhos que devemos seguir
Olhando os arredores e muitas vezes não encontramos as frestas
Que nos levará ao horizonte perdido que abriga nossos sonhos
De uma vida sem desigualdade nas barracas da memória

Já se passaram os anos de acreditar na felicidade entre as neves da cordilheira
Queria ser um “Gandhi” gigante enfrentando o furação
Queria que minhas armas fossem o meu coração
Para prosseguir minha luta pela intranqüilidade da noite escura

Minhas sombras vão implodir na claridade dos dias sem folia
Sou dia que nasceu nas montanhas geladas e sem alegria
Esperando as horas eternas que chegarão do outro lado do rio da cidade
E farão as vidas naufragarem na solidão que o abismo formou

segunda-feira, 4 de julho de 2011

ANJOS TAMBÉM MORREM










                                                 ANJOS TAMBÉM MORREM

É só um breve caminhar pelas ruas que não existem mais
Algumas pessoas também caminham
A quadra de esporte tem grades cortadas
Vidas pelas ruas com asas amputadas
E o avião apenas passa
Com olhos de águia buscando suas presas
Deixando um rastro de fumaça
Deixando lágrimas nas praças
E o avião apenas passa
Enquanto o anjo ainda insiste
Em falar de esperança
Sem ver que
A rua é o esboço de um quadro
Desenho ainda sendo riscado
Que mostrará a face da solidão
Depois da desilusão
Mostrará nos campos do trigo prometido
A desolação
Visão sem importância para quem está lá no alto
Ou dentro do avião

sexta-feira, 1 de julho de 2011

MENDIGO SONHADOR ( Rosilene de Souza )



                                                                  

                                                MENDIGO SONHADOR

Blog da Rosilene   www.sopadeletrinhasdalenynha.com
Visite o blog da Rosilene e lá encontrará belos poemas, haikais, prosas poéticas, tudo de muito bom gosto


Maltrapilho e com fome,
Ele deita na calçada.
Sua esperança não some,
Em conquistar a felicidade esperada! 

Passam as horas, passam os dias...
...e ele espera os vinténs
que lhe trarão alegrias...
espera, mas o dinheiro não vem. 

Ele espera na vida crescer...
...e na vida ser Senhor!
Mas a vida passa e ele fica.
Não pensa que é um sonhador!