Esses poemas falam da solidão em si, "Gênesis" é o começo, o nascimento, quando ainda existe a esperança que vai se desfazendo bem à frente, usei o título por achar que nada traduz começo como a palavra Gênesis, Exílio é quando tudo começa se mostrar, os sonhos estão evaporando e a alma se reclusa mostrando o que realmente está por vir, usei o título Exílio por achar que é ali que tudo se desmorona, que a realidade se mostra e as paredes do quarto, que é a própria existência podem ser o auto flagelo, Paraíso é o final de tudo, o ocaso, é ali que a solidão está, mas é também o auto conhecimento, o ocaso sempre foi, é e sempre será o âmago da solidão de uma pessoa, pois é o seu fim, tendo ela sido feliz ou não.
Uma pessoa falou-me "Mesmo que escolha viver sempre sozinho, viva com Jesus no coração" e acho que só escapa do ocaso da solidão e pode ter um recomeço depois do fim é que tem Jesus no coração.
Lá do outro lado do horizonte existe um rio, mas não um rio imenso, um pequeno riacho, com águas claras que desce da nascente, que fica por perto, margeado de um lado por flores campestres, e de onde pode-se ver uma casa, com janelas de madeiras, sala com lareira, um pequeno pomar com frutas frescas e uma varanda com cadeiras de balanço para durante a noite apreciar-se as estrelas que ficam por lá, naquele recanto, a brilhar. Na outra margem não existe flores campestres, o riacho é margeado naquele lado, apenas por árvores secas, pois a água não pode chegar lá, a paisagem é um tanto incolor, mas não existe dor, pois ela já está incorporada no clima solitário do lugar, lugar para quem teve apenas a solidão para habitar, ali não tem casa com varanda, nem estrelas para olhar, nem cadeira de balanço para descansar ouvindo o som do silêncio, nem mesmo o som do vento, e talvez seja nessa margem do rio, pela brisa que sinto chegar, depois que eu for para o outro lado do horizonte, que devo me aprisionar.