Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó




"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)

"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)

"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)

"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)

sábado, 28 de agosto de 2010

FUNERAL VIKING



FUNERAL VIKING

Tenho um castelo no meu mar
Um castelo sem brilho
Sem torres
Sem cores
Um castelo que é meu mar

Um castelo coberto de chamas
Que só irão se apagar
Quando eu afundar
Quando eu aprender a caminhar

Tenho um castelo coberto de luzes
Estrelas que são meu pomar
Um castelo sem glórias para lembrar

Um castelo que perdeu a esperança
Depois da tempestade
Na bonança

Tenho um castelo incendiado no meu mar
Mar onde não posso navegar
Mar de estrelas apagadas
Que aos poucos vão me afundar

Tenho um castelo infinito de onde nunca
Poderão me tirar

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

REENCONTRO



REENCONTRO

Vou até a geladeira e pego um copo com água
Chego perto da janela do apartamento
Janela um pouco embaçada pelo frio
E olho para baixo
Vejo pessoas andando tranqüilas e outras apressadas
Carros sem destino
Ônibus partindo

Fico imaginando
O que faço aqui, apenas olhando
Tento descobrir porque ainda não tive lugar certo
Sinto-me um “estranho no ninho”
Uma taça de cristal sem vinho
Um corpo vazio

Talvez a chuva fina que cai lá fora
Esteja guardando um horizonte ainda ausente
Esteja guardando os olhos que sinto
Mas ainda não vi

Enquanto isso fico aqui a olhar
A chuva fina e fria que embaça a janela
E pensando quando entrarei no ônibus que partirá
Fico pensando quando os melhores anos de minha vida
Vão me reencontrar

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

AMOR E AMIZADE (Arnoldo Pimentel e Silviah Carvalho)



Recebi este selo da amiga Silviah Carvalho (umcoraçãoqueama.blogspot.com)e repasso para os blogs de amigos abaixo e por favor sigam as regras.
Relação de blogs presenteados
01-sentimentos-sam.blogspot.com
02-reflexo-da-alma.blogspot.com
03-ursulaavner.blogspot.com
04-mikaelepensamentos.blogspot.com
05-oquetragonaalma.blogspot.com
06-algarve.saibamais.blogspot.com
07-abundante-mente.blogspot.com
08-roxo-violeta.blogspot.com
09-kassiareis.blogspot.com
10-reviveremversos.blogspot.com
11-portaldememorias.blogspot.com
12-gritosesurruros.blogspot.com
13-brunapenasso.blogspot.com
14-portaldabruxa.blogspot.com
15-tere-terepoesias.blogspot.com
16-educacaoinfantil.blogspot.com
17-umgritoinfinito.blogspot.com
18-iracaingang.blogspot.com
19-sementinhasparacriancas.blogspot.com
20-livinha27.blogspot.com

REGRAS
1-Visitar o blog que presenteou o Ventos na Primavera
http://umcoracaoqueama.blogspot.com

2-Ler e comentar a poesia (Peço porque sempre ficamos felizes em receber o selo de presente, mas nesse momento esquecemos a poesia, razão do blog existir)

3-Colocar a imagem do selo

4-Escrever o link de quem recebeu o selo

5-Presentear 10 blogs

6-Escrever o link dos 10 blogs presenteados

AMOR E AMIZADE (Arnoldo Pimentel e Silviah Carvalho)


.A brisa toca a noite com seu silêncio
Pareço ouvir o aroma leve do vento a tocar em ti
Que me leva a quimera de momentos
Recordações criadas por mim

* Se eu contasse quantos castelos de areia desfiz
E quantos com minhas próprias mãos construí
Desfaria amizades, inutilizaria lembranças
Mataria esperanças das muitas promessas que ouvi

.Imagino seu sorriso, seus cabelos soltos no ar
Seus olhos a me fitar, sinto-me feliz só em pensar
Vivo tardes de lembranças que me nutrem de esperança
De talvez um dia... Quem sabe um dia te encontrar

* Esperança, palavra por mim desconhecida
Quase perdi a vida tentando a encontrar
Porem não me dou por vencida e prefiro esperar
Esse amor tão falado, do qual vivo a me esquivar

.Você me perguntou o que eu faria se gostasse de alguém
Respondi que ficaria sempre perto dela, a tratando bem
Com amor, amizade, carinho, lhe suprindo as vontades
Para que nada desejasse de mais ninguém

.Sei, não posso pôr sentimento em seu coração
Mas posso ser seu amigo, mais ainda que um irmão
...Quem sabe assim ela me notasse
Quem sabe assim você me amasse...

* O amor necessita de alimento
Torna-se um tormento senão saciar
Vem o sofrer, a carência, a saudade
A amizade já é um amor...com outras finalidades

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MÁRCIO RUFINO (Homenagem ao poeta e amigo)



Márcio Rufino nasceu em São João de Meriti(RJ)e mora em Belford Roxo (RJ)
Bacharel em Administração e licenciado em História pela UNIABEU (Belford Roxo)
Atuou como agente cultural no projeto Bairro-Escola do município de Nova Iguaçu (RJ)
e como monitor no projeto Mais Educação do Governo Federal.
A partir dos anos 2000 passou a divulgar seus poemas em sites culturais e literários como Jornal de Poesia, Overmundo, Recanto das Letras, Veropoema, Garganta da Serpente,Poetas del Mundo.
Em 2008 fundou com Ivone Landim, Dida Nascimento, Jorge Medeiros entre outros poetas da baixada fluminense o grupo Pó de Poesia.

Livros

Doces Versos da Paixão 1998 Editora Litteris
Emaranhado Ainda não editado

Peça teatral

Che Guevara de John Vaz

Site
http://emaranhadorufiniano.blogspot.com
http://po-de-poesia.blogspot.com
www.myspace.com/gambiarraprofana

Grupos de Poesia
Pó de Poesia
Gambiarra Profana



Eu o considero um dos melhores poetas que conheço, não só pelos poemas, contos e outros textos, sempre refletos de inspiração e altamente profundos, mas também por sua forte presença ao declamar, dando vida à poesia, mas também a sua dedicação, não medindo esforços para que a poesia sempre esteja presente na vida das pessoas.

RUMO À SOLIDÃO
Autor: Márcio Rufino

Não diga o que eu devia fazer.
Só escute, se for capaz, as minhas palavras mudas.
Ouça, se for capaz, a dor que eu sinto sem gemer.
Sinta, se for capaz, o segredo que eu tenho sem nunca sabê-lo.

Não diga que tudo irá dar certo
sem antes me apontar o caminho mais curto para a solidão
e não diga
que a solidão não existe,
pois é, na verdade,
o próprio caminho a se trilhar.

Eu já não tenho mais nada a fazer
a não ser atravessar essas portas fechadas
e chegar ao outro lado
com aquela falsa sensação de vitória.

E não há uma vitória sem uma gota de lágrima
mesmo que seja invisível.
E não há uma gota de lágrima sem uma dor
mesmo que seja fraca.
E não há uma dor sem uma mágoa
mesmo que seja esperada.
E não há mágoa sem a morte de qualquer coisa que se amava
mesmo que não seja física.

E o meu próprio-amor-próprio
é a invisível e fraca espera do não físico
do abstrato e diluído no espaço
que está por trás daquilo que é sólido.

E o que é a solidão
a não ser esse ser não sólido
que vive a nos espreitar
num canto da sala?

Mas não há um amor-próprio sem um egoísmo
mesmo que seja domado.
Mas não um egoísmo sem uma raiva
mesmo que seja calma.
Mas não há uma raiva sem um desejo de destruição,
mesmo que seja tolerante
de tudo aquilo que é humano.

E a minha tristeza
é o tolerante e calmo domínio
que tenho sobre tudo aquilo
que é desumano em mim.

E o que é o caminho
a não ser essa estrada insegura e torta
sobre o tapete colorido da sala?

Não esperava essa agressividade
em tua cara.
Não contava com esse pouco caso
em teus olhos.
Não aguardava essa arrogância
em tua casa.
Não pressentia essa decepção
em meu peito.

Agora deixe despedir-me de tudo aquilo
que é vibrante e claro em sua essência
para que não haja nenhuma saudade
do que eu não tenha visto nesta descendência.

E assim sigo rumo à solidão
que não é depressão
e sim o som de uma densa música
e seu refrão.
E assim sigo rumo à solidão
que não é suicídio
e sim a esperança de uma longa felicidade
e seu início.

RUMO À SOLIDÃO(Inspirado em Rumo à Solidão de Márcio Rufino)
Autor: Arnoldo Pimentel

Rumo à solidão
Sem vento pra refrescar
Sem medo de voar

PEQUENO RINCÃO DE DEUS



PEQUENO RINCÃO DE DEUS

Tinha apenas um coração
Batendo fraco
Olhos tristes
A fitar o lago

Mãos serenas
Tentando dizer adeus
Bela cena
Que embeleza aquele pequeno rincão de Deus

Tinha apenas um coração que queria sonhar
Já não havia muito tempo
Para ficar por lá

Queria apenas sentar à beira do lago
E ali ficar
Até o anjo vir lhe buscar

domingo, 8 de agosto de 2010

SILVIAH CARVALHO (Homenagem a poetisa e amiga)


Pra você amiga o primeiro selo Ventos na Primavera

Silvia Helena Carvalho é nascida em Bom Jardim de Goiás, aos sete anos de idade mudou-se com a família para Cuiabá MT, depois passou a residir em Porto Velho onde começou a escrever suas lindas poesias aos 16 anos as quais eram publicadas no jornal de maior circulação de Rondônia pelo escritor José Calixto de Medeiros, de quem ganhou seu primeiro livro de poesias “Sentinelas da Estrada”, daí em diante sua inspiração ganhou impulso. Silvia é missionária consagrada Conamad, finalista em Teologia pela IBAD, professora de religião com experiência básica em escatologia, ministra em palestras para jovens e adultos e escreve para diversos sites entre eles Pavilhão Literário Singrando Horizontes, Recanto das Letras e Rede Cultura, pó-de-poesia, Folha Pataxó e Gambiarra Profana

Grupos de poesia
HTTP://po-de-poesia.blogspot.com
WWW.myspace.com/gambiarraprofana


Sites de Silviah Carvalho

WWW.silviah.net
HTTP://umcoracaoqueama.blogspot.com

Livros

Palavras do Coração
Um Coração que Ama

MINHA ESPERANÇA
Autora: Silviah Carvalho

O que importa se em Ti está minha fé
...Nada importa”
Pois em Ti está minha esperança
Ainda que me digam: Não, não tem mais jeito
Ainda que me torturem, e esmaguem meu peito
Continuarei afirmando: Tu és meu Deus!
E com alegria seguirei te louvando
Ainda que, caminhando contra o vento
Eu caia e morra ao relento
E minha carne seja dividida
Entre as feras do campo
E de mim nada mais restar
Minha fé me conduzirá ao céu
E contigo para sempre irei morar
Mas quando minha sorte for mudada
E pelo Senhor eu for agraciada
Meus lábios mais O louvarão
Feliz então eu serei, por poder dizer,
Ao meu rei:
Minha fé não foi em vão

HOMENAGEM
Eu queria retribuir sua poesia “Amigo”, mas não consegui, não tive como, então vou deixar-lhe a poesia que mais amo entre todas as minhas poesias, não por ser mais bonita ou mais feia, melhor ou pior que as outras, mas ela nasceu num momento importante na minha compreensão como poeta e como pessoa, ela fala de igualdade entre as pessoas, independente de raça, cor, classe social, opção sexual ou religiosa, é também uma poesia que as pessoas olham de uma forma toda particular, já ouvi muitas formas de ver dessa poesia, mas todas as formas que ouvi levam a um só lugar, relações humanas, que é o ela diz e tenta mostrar, então deixe a poesia, todas as poesias, entrarem em você através dos seus olhos e dos seus poros e assim ela viajará em seu sangue e sua alma e chegará ao coração, lembre-se sempre que “poesia não tem propriedade privada, é livre como a vida, leve como pedra em passeata”

VENTOS NA PRIMAVERA
Olhei através da cerca de arame
E vi que no seu quintal
Brilha o sol
Que brilha no meu quintal

Um sol de igualdade
Apesar dos ventos
Apesar da sorte
Em saber amar
Através do olhar

Espero colher frutas e repartir
Sentir as flores e sorrir
No meu lado da terra

Espero colher na primavera
A semente que plantei
Através do olhar no arame
E sentir que o sol é o mesmo
Se o inverno passar

domingo, 1 de agosto de 2010

BRISA LEVE



BRISA LEVE
(Ao meu amigo e irmão de coração Cláudio -Músico, compositor e poeta)

Numa manhã Y caminhava pela praia pensando na vida, olhando o mar, que estava calmo, sentindo a brisa tocar de leve seu rosto. Era uma praia quase deserta, tranqüila no interior e ao longe a paisagem era pintada por barcos que enfeitavam o mar e seus olhos.
Depois de caminhar por algum tempo Y encontrou W, seu melhor e inseparável amigo, se conheciam tanto que podiam sentir quando um estava triste ou alegre. Todos os dias se encontravam na praia, caminhavam juntos e sentavam num quiosque e ficavam horas conversando, não viam o tempo passar, não importava se tinham assunto, se não tivessem, inventavam, em outros dias, mas eram poucos, não se viam ou conversavam pouco, mas estavam sempre por ali, na praia que tanto amavam e onde se sentiam bem.
Nessa manhã enquanto conversavam no quiosque à beira mar Y sentiu que W estava triste e perguntou ao amigo:
- Por que está triste?
W responde:
-Já se passam dias ou mais de mês que você não visita minha casa
Y ficou olhando o vazio sem saber o que falar, o interessante é que W quase todos os dias visitava a casa de Y, mesmo que fosse por minutos, para tomar um café ou desejar um bom dia ou boa noite. Depois de um breve momento Y disse:
- Talvez seja porque nos encontramos todos os dias na praia
W baixou os olhos e ficou quieto por um momento, Y sentiu que W se entristecera, mas não disse nada, ficou em silêncio que era quebrado pelo barulho das ondas e o som das gaivotas. Na verdade Y não percebera naquela hora que, às vezes fazemos falta a quem nos ama. Levantaram-se, despediram-se e seguiram seus caminhos para as ocupações do dia.
À noite quando estava só Y ficou refletindo sobre o que seu amigo W disse e viu que é muito importante visitar um amigo em sua casa, pois ali é nosso coração, nosso interior, nossa casa é nosso mundo, é onde queremos compartilhar nossa vida com quem amamos, é ali que W se sente feliz em poder ver no retrato que fica na memória que viveu um pouco de si com amigos que ama. Então Y viu que não basta visitar a casa de um amigo uma só vez, porque cada momento é um pedaço da vida, que é feita de infinitos momentos e assim ele percebeu que é importante para W sentir sua presença nesses momentos.
No outro dia pela manhã, na beira da praia se encontraram como sempre, caminharam juntos pela areia sentindo todo encanto da paisagem, sentaram-se no mesmo quiosque e começaram a conversar e num momento Y disse:
- Hoje à noite irei jantar em sua casa, vamos ouvir música e conversar.
Y sentiu a felicidade nos olhos de W e falou:
- Sei que por estarmos sempre juntos às vezes esqueço de lhe visitar, mas não esqueço de você, sei que somos amigos e que sou importante pra você e por isso farei o impossível para sempre visitar sua casa.
W abriu um sorriso contagiante e Y sentiu no coração aquele momento de felicidade e por estar ali com aquele amigo que tanto ama. A noite chegou e Y ficou em casa lendo e ouvindo música, depois foi até a janela e ficou a olhar a noite estrelada, esquecendo a promessa que fez e nem mesmo lembrou do amigo que ficou esperando.
Os dias e os meses se passaram e nada mudou entre eles, mas numa noite Y lembrou-se daquela manhã que fez a promessa de jantar com W, lembrou que se esqueceu e que a manhã seguinte estava chuvosa, mar revolto e céu cinza e triste, mas nada mudou, nem mesmo a amizade, apenas um detalhe lhe chamou a atenção: Nunca mais seu amigo inseparável o convidou para visitar sua casa, que ainda estava lá, perto da praia, numa rua tranqüila e arborizada e que estava sempre com as portas abertas.

Blogs de poetas e companheiros do po-de-poesia, gambiarra profana e folha Pataxó

www.myspace.com/gambiarraprofana
po-de-poesia.blogspot.com
ccdonana.blogspot.com
umcoracaoqueama.blogspot.com
chicletesalgado.blogspot.com
artemundogabriela.blogspot.com
emaranhadorufiniano.blogspot.com
minhaalmaepoesia.blogspot.com
sentimentos-sam.blogspot.com